De roupão e tolha, manifestantes promovem ato contra a sobretaxa da água em SP
No Facebook, "Banho Coletivo na Casa do Alckmin" já conta com quase 120 mil participantes
A falta d’água que seca as torneiras de quase todo o estado de São Paulo deixa dúvidas e transborda incertezas. E se não há dança da chuva nem volume morto que resolva, o negócio é protestar. Assim, nesta segunda-feira, a A PROTESTE Associação de Consumidores realizará o ato “Banho Coletivo na Casa do Alckmin” em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, às 10 horas.
A reivindicação é simples e direta: cobrar do governador Geraldo Alckmin um decreto oficial de racionamento antes de instituir a sobretaxa na conta de água para o consumidor que gastar mais do que sua média de consumo.
Denominado “Banho Coletivo na Casa do Alckmin”, a manifestação tem como objetivo abordar o tema de forma descontraída. E assim, convoca a população a vestir roupões, junto com as toalhas e sabonetes. Em um clima descontraído, os manifestantes cobram transparência do governo quanto às informações sobre o real estado do sistema hídrico de São Paulo e as medidas que estão sendo tomadas para minimizar os transtornos na crise hídrica.
Faltou água: quando, onde e por quê?
Além das pautas citadas, a Associação cobra que os consumidores sejam avisados previamente sobre as regiões, datas, horários e por quanto tempo ficarão sem o fornecimento de água, além de campanhas educativas de esclarecimento sobre economia de água e promoção do uso racional, evitando desperdícios.
A conta gotas, uma vitória
No último dia 8 de janeiro, a PROTESTE obteve vitória em ação na Justiça contra o governo, a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) e a Companhia do Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), barrando a cobrança da sobretaxa para o usuário que exceder a média de consumo enquanto o racionamento não for decretado de forma oficial.
A tarifa adicional aprovada pela Arsesp poderá atingir mais de 28 milhões de consumidores atendidos pela Sabesp, em 364 municípios. A sobretaxa será cobrada dos usuários que ultrapassarem a média de consumo registrada antes da crise, de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.
Quem tiver o consumo igual ou menor que 20% terá um acréscimo de 40% na conta de água. Se gastar acima de 20% em relação à média, terá ônus de 100% na conta.