Deixa ela em paz: coletivo sai às ruas para espalhar mensagens contra o machismo
Cartazes foram já foram colados em ruas, muros e postes do Rio de Janeiro, Recife e Caruaru
Os mais de 3000 quilômetros que separam o Rio de Janeiro da capital pernambucana, Recife, não foram suficientes para impedir que toda forma de opressão sofrida pelas mulheres ganhasse representatividade em cartazes espalhados pelas ruas das duas cidades.
“Deixe ela em paz” dá nome à campanha independente, autônoma e colaborativa, cuja ação consiste na simples ideia de refletir e questionar o machismo institucionalizado do dia a dia. “Somos um coletivo formado por mulheres de diferentes lugares, que apenas querem estimular a reflexão sobre a liberdade das mulheres”, explica uma das ativistas que prefere não revelar sua identidade. “Não posso falar em nome de um grupo que é formado por tantas pessoas,vivências e situações distintas. Não podemos personificar a luta de uma causa coletiva”.
Em tempos onde o ciberativismo abre caminhos ainda não descobertos, as ações do coletivo se valeram da interatividade das redes sociais aliadas à tradicional manifestação do lambe-lambe para mandar seu recado. “Tudo que precisamos para fazer a intervenção é de uma gráfica, cola caseira e um rolinho de pintar parede”.
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Criado há pouco mais de um mês, o projeto rapidamente ganhou adesão de milhares de pessoas de todo Brasil e surpreendeu as ativistas que não esperavam por tanta repercussão. “Foi tudo muito rápido. Há menos de mês começamos a colar os cartazes e, de repente, a ação tomou uma proporção inesperada e muitas pessoas se identificaram com a ideia”. Além do Rio de Janeiro, os cartazes também foram colados pelas ruas do Recife e na cidade de Caruaru, no agreste pernambucano.
Faça você mesmo: participe
Com a popularização da campanha, a ideia é estimular o colaborativismo entre as ações do grupo. Por isso, em breve, um arquivo será disponibilizado nas redes sociais para qualquer pessoa que deseja participar da luta contra o machismo.
Além disso, um projeto de compartilhamento de fotos também está previsto para o futuro. “Queremos mesmo que qualquer um participe. Se você apoia a ideia e tem vontade de ajudar de alguma forma, pode fazer a intervenção também. A ideia é chamar atenção não apenas para quem sofre com o machismo, mas também de quem reproduz o discurso, o julgamento, a opressão às mulheres”.