Delegado pode ter obstruído Caso Marielle por R$ 400 mil, diz PF

Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do Rio, deve ser investigado por receber R$ 400 mil para atrapalhar a resolução dos assassinatos

10/11/2019 16:57

Em um relatório enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro, a Polícia Federal pede a investigação do delegado Rivaldo Barbosa, da Polícia Civil do Rio, sob a suspeita de ter recebido propina de R$ 400 mil para obstruir as investigações sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Em uma conversa telefônica, Barbosa surge como o recebedor do valor para atrapalhar a resolução do crime. Neste domingo, 10, o relatório da PF foi publicado pelo UOL.

Barbosa deve ser investigado por atrapalhar a resolução dos assassinatos
Barbosa deve ser investigado por atrapalhar a resolução dos assassinatos - Fernando Frazão/Agência Brasil

“Foram trazidas suspeitas de suposta corrupção envolvendo servidores da Delegacia de Homicídios, especificamente sobre o então chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, e servidores a ele relacionados, notadamente chefes da equipe de investigação da Delegacia de Homicídios”, disse o delegado federal Leandro Almada.

Barbosa negou as acusações.

O crime

Marielle dedicou-se à defesa dos direitos humanos
Marielle dedicou-se à defesa dos direitos humanos

Na noite de 14 de março de 2018, Marielle foi convidada para mediar um debate com jovens negras no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Quando deixou o local, por volta das 21h, entrou no carro do motorista Anderson Gomes com a assessora Fernanda Chaves. No meio do trajeto, o veículo foi perseguido por outros dois; 13 tiros foram disparados: 9 acertaram a lataria e os outros 4, o vidro.  A vereadora e Anderson foram atingidos e morreram no local. Fernanda ficou ferida pelos estilhaços. Os carros fugiram sem levar nada.

Quase dois meses após a ocorrência, em maio de 2018, uma testemunha deu à polícia indícios de envolvimento do vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-PM e miliciano Orlando Curicica com o caso.