Denúncias de abuso sexual nos ônibus mais que triplicam em SP
A quantidade de relatos de abuso sexual nos ônibus municipais e terminais de coletivos na cidade de São Paulo registrados pela SPTrans (empresa municipal de transporte) cresceu 275% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2015. Em um ano, houve um salto de 8 para 30 ocorrências contabilizadas pelo órgão.
É o que aponta levantamento inédito feito pelo Fiquem Sabendo com base em dados da SPTrans obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação.
Diariamente, em média, seis milhões de passageiros usam a rede de coletivos administrada pela empresa. A SPTrans diz realizar campanhas de conscientização para que mais casos de abuso sexual no transporte público sejam denunciados.
- Começa temporada de baleias jubarte no litoral de SP
- Guarujá planeja cobrar taxa de turistas; veja valores
- 73% das brasileiras temem assédio no carnaval. Saiba como se proteger
- Escritora Claudia Jordão lança o livro “eu tu elas” na Livraria Alpharrabio em Santo André
De acordo com os números disponibilizados pela empresa, o número de relatos de abuso sexual feitos neste ano é o mais alto para este período desde 2013 (veja no infográfico abaixo).
Sistema metroferroviário registra o triplo de relatos
Entre janeiro e junho deste ano, a SPTrans recebeu uma média de uma denúncia de abuso sexual no sistema municipal de transporte a cada seis dias (30 casos em 182 dias).
Isso representa um número muito inferior à quantidade de boletins de ocorrência registrados pela Polícia Civil de São Paulo de vítimas de crimes relacionados ao abuso sexual nos trens do metrô e da rede da CPTM.
Entre 2011 e 2015, o número de denúncias de passageiras do sistema sobre trilhos dobrou de 90 para 181 casos. No ano passado, portanto, houve uma média de uma denúncia contabilizada a cada dois dias _o triplo de relatos, em comparação com as ocorrências registradas por usuárias de ônibus municipais.
No caso do metrô, o aumento das denúncias se deu principalmente depois que a empresa iniciou uma campanha de conscientização com a participação da sociedade civil, que incluiu a afixação de cartazes nas estações e nos trens, com informações sobre como a vítima deve agir em caso de abuso sexual.