Deputada aliada de Bolsonaro estimula perseguição a professores

Ana Caroline Campagnolo abriu um canal de denúncias para fiscalizar docentes "doutrinadores"

A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL) foi eleita em Santa Catarina
Créditos: Divulgação/Congresso Nacional
A deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL) foi eleita em Santa Catarina

Após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, a deputada estadual Ana Caroline Campagnolo (PSL), eleita em Santa Catarina, abriu um canal de denúncias para fiscalizar “professores doutrinadores” em sala de aula a partir desta segunda-feira, 29.

Na imagem divulgada por Campagnolo em uma rede social, ela pede que vídeos e informações sejam enviados para seu celular com o nome do docente, da escola e da cidade. “Garantimos o anonimato dos denunciantes”, ressalta a montagem.

A deputada publicou a imagem em uma rede social
Créditos: Reprodução / Facebook
A deputada publicou a imagem em uma rede social

A deputada afirma que “amanhã é o dia em que os professores e doutrinadores estarão inconformados e revoltados”. “Muitos deles não conterão sua ira e farão da sala de aula um auditório cativo para suas queixas político partidárias em virtude da vitória de Bolsonaro. Filme ou grave todas as manifestações político-partidárias ou ideológica”, diz.

Segundo a legenda do post, “professores éticos e competentes não precisam se preocupar”. Nos comentários, ela ainda sugeriu que os estudantes “deixem o celular em casa e levem gravador e filmadora mesmo”, em resposta a uma pessoa que questionou se celulares não seriam proibidos em sala de aula. Em outra, ela reforçou que “é só se comportar direitinho que não precisa ter medo”.

Campagnolo explicou que as imagens enviadas não serão divulgadas, e sim usadas para uma “investigação” e para que sejam verificadas as “medidas cabíveis em cada caso”.

A aliada de Bolsonaro processou a professora Marlene de Fáveri, da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e sua ex-orientadora no mestrado, em 2016, por “perseguição ideológica”. O caso foi julgado improcedente em setembro deste ano pelo 1º Juizado Especial Cível de Chapecó (SC), mas ela recorreu.

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