Design brasileiro para o mundo

Colocar o design e o artesanato no cotidiano do brasileiro. Esse era o objetivo do arquiteto Marcelo Rosenbaum quando levou o projeto A Gente Transforma (AGT) para Várzea Queimada, no coração do semiárido a 400 quilômetros de Teresina, no Piauí.

Divulgação
Em Milão, Rosembaum fala sobre A Gente Transforma

A região da Chapada do Araripe, onde a iniciativa foi realizada, foi escolhida porque na época apresentava o menor índice de desenvolvimento humano do país e uma cultura rica em artesanato. Foi um desafio bem diferente do enfrentado durante a primeira edição do projeto, que teve início em 2010, no Parque Santo Antônio, comunidade da zona sul de São Paulo.

“Eles tinham a técnica e a matéria prima, eu só levei o olhar, coloquei o holofote”, lembra Rosenbaum. O designer, que levou 17 estudantes universitários para criar uma coleção junto com a comunidade local, destaca que tenta passar, tanto para os artesãos quanto para o público, a noção do design que transcende a matéria.

O projeto também tem como objetivo levar uma série de melhorias às comunidades, como no caso de Várzea Queimada, que recebeu água encanada, biblioteca e telecentro.

Divulgação
Peças integrantes da Toca, em Milão

Mas Marcelo faz questão de lembrar que A Gente Transforma não é uma ONG, mas sim um negócio social. Deu tão certo que a coleção Toca, criada pelo grupo, foi exposta em Milão, na Itália, no Pavilhão Brasil S/A, durante a Semana de Design. “Quero fazer disso o trabalho da minha vida”, finaliza o designer com entusiasmo.

Clara Caldeira

Por Clara Caldeira

Jornalista, escritora e pesquisadora, especialista em gênero e meio ambiente. Apaixonada por literatura e pelas artes oraculares, está sempre em busca de formas de conectar seus estudos e suas paixões.