Detentos cuidam de cães abandonados em projeto de ressocialização
Projeto ReabilitaCão aposta na empatia entre detentos e cães para promover ressocialização
Em um ano em que o mundo seu viu obrigado a reinventar suas ações, o que não faltou foram exemplos de boas ações.
Em Santa Catarina, por exemplo, a penitenciária de Itajaí virou notícia ao adotar um inovador programa de ressocialização dos detentos, que, entre as atividades diárias, passaram a cuidar de cães abandonados.
Assim surgiu o projeto “Reabilitacão“, criado pela agente Bruna Logen. A ideia, além da ressocialização, lida com a questão dos maus-tratos contra animais.
Para dar vida ao projeto, os próprios detentos construíram o espaço de recreação, que reúne canil, gramado, brinquedos e uma piscina para os animais.
O espaço destinado ao ReabilitaCÃO tem capacidade para abrigar 10 animais, que são castrados, vacinados e recebem tratamento antes de chegar à penitenciária. Após o período de atendimento, os cães são destinados à adoção. Além disso, os participantes fazem um curso profissionalizante de banho e tosa.
Exemplo a ser seguido
A iniciativa logo ganhou repercussão em todo o Brasil. Unidades prisionais de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, inspiradas pela ideia, também manifestaram interesse em replicar a iniciativa. Em agosto deste ano, o projeto ganhou o prêmio Expressão de Ecologia 2020 na categoria “Bem-Estar Animal”.
A juíza Cláudia Ribas Marinho destacou os benefícios do projeto, que, segundo ela, podem ser percebidos no comportamento dos presos. “O projeto é inovador e encantador pois proporciona inúmeros benefícios ao apenado através da interação entre o homem e o cão, desenvolvendo autoestima, confiança e reconhecimento de suas emoções, e estimulando a socialização ao proporcionar a reinserção no mercado de trabalho”