Dilma escreve carta a senadores: “a democracia deve vencer”
Em carta direcionada aos senadores, a presidenta afastada Dilma Rousseff não poupou críticas ao processo de impeachment chamado por ela de “golpe de estado”. No texto, a líder afastada defendeu a convocação de novas eleições.
Ao reforçar sua inocência, Dilma rejeita qualquer crime de responsabilidade no caso das pedaladas fiscais e denuncia a ilegitimidade do afastamento, que contraria a decisão do voto popular.
“Se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de estado. O colégio eleitoral de 110 milhões de eleitores seria substituído, sem a devida sustentação constitucional, por um colégio eleitoral de 81 senadores. Seria um inequívoco golpe seguido de eleição indireta”.
Em texto divulgado pelo BuzzFeed Brasil, a mandatária se comprometeu a convocar um plebiscito, além da realização de reforma política.
“Todos sabemos que há um impasse gerado pelo esgotamento do sistema político, seja pelo número excessivo de partidos, seja pelas práticas políticas questionáveis, a exigir uma profunda transformação nas regras vigentes”, escreveu.
“Darei meu apoio irrestrito à convocação de um plebiscito, com o objetivo de consultar a população sobre a realização antecipada de eleições, bem como sobre a reforma política e eleitoral”.
Na carta, Dilma acusa a oposição de ser responsável pela campanha do “quanto pior, melhor” ao país em seu segundo mandato.
“Desde o início do meu segundo mandato, medidas, ações e reformas necessárias para o País enfrentar a grave crise econômica foram bloqueadas e as chamadas pautas-bomba foram impostas, sob a lógica irresponsável do “quanto pior, melhor”, declarou. Dilma encerra a carta clamando: “a democracia deve vencer”.
Próximos capítulos:
O julgamento de Dilma no Senado começa no dia 25 de agosto. Para retornar à presidência, Rousseff precisa ao menos 28 votos. Apesar disso, numa prévia da votação, o resultado final somou 59 votos a 21, favorecendo o processo de impeachment.