Documento: Bolsonaro foi contra vinda de família de médico cubano

“Vamos falar de direitos humanos, quem diria né? Tantas críticas que eu sofri. Talvez a senhora seja mãe, já pensou ficar longe de seus filhos por um ano? É a situação de praticamente escravidão a que estão submetidos os médicos e as médicas cubanas do Brasil.”

Essa frase de Jair Bolsonaro mostra uma distância entre o que ele fala e o que fez, como mostra o documento acima.

O presidente eleito apresentou projeto no Congresso tentando impedir que os familiares dos médicos cubanos pudessem trabalhar no Brasil – era uma forma de evitar que viessem ao país.

“Prestem atenção! Está na medida provisória: cada médico cubano pode trazer todos os seus dependentes. E a gente sabe um pouquinho como funciona a ditadura castrista. Então, cada médico vai trazer 10, 20, 30 agentes para cá. Podemos ter, a exemplo da Venezuela, 70 mil cubanos aqui dentro”, disse. Leia a íntegra da transcrição do discurso”, atacou Bolsonaro.

E acrescentou: “esses agentes podem adquirir emprego em qualquer lugar do Brasil com carteira assinada, inclusive cargos em comissão. Olhem o perigo para a nossa democracia!”.

A agência Lupa, especialista em checagem de fatos, analisou:

  1. Não existe um acordo entre os governos brasileiro e cubano que prevê o impedimento de que as médicas cubanas tragam seus filhos para o Brasil caso venham a participar do Mais Médicos. Essa informação foi confirmada pela  Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que apoia ações dentro do Mais Médicos. Além disso, a Lei 12.871/2013, que institui e regulamenta o programa indica que “O Ministério das Relações Exteriores poderá conceder o visto temporário (…) aos dependentes legais do médico intercambista estrangeiro, incluindo companheiro ou companheira, pelo prazo de validade do visto do titular”