Eduardo Bolsonaro questiona legitimidade de grupo do Facebook

Filho do candidato à Presidência indicou link hackeado pelos apoiadores para ressaltar apoio feminino a Bolsonaro

16/09/2018 12:47

A pouco mais de três semanas para as eleições presidenciais, as redes sociais se tornaram território indispensável  para a disputa ao Palácio da Alvorada. A exemplo do levante virtual Mulheres Contra Bolsonaro, criado recentemente Facebook em uma expressiva manifestação de crítica ao candidato na internet.

Alvo de incessantes ataques cometidos por apoiadores do ex-deputado, na noite do último sábado, 25, sofreu nova ofensiva e, atualmente, encontra-se fora do ar enquanto a empresa investiga mais um episódio de violência na rede social.

Oportunamente, o candidato a deputado federal, Eduardo Bolsonaro, ironizou a relevância do coletivo em uma postagem no Facebook. Segundo ele, uma antiga página, com o mesmo número de seguidores, fora “vendida para a esquerda” e depois  nomeada “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”. Em seguida, indicou a página alterada pelos hackers, onde aparecia uma imagem de apoio ao candidato.

Insinuou, ainda, que as notícia divulgadas pelo jornal inglês The Guardian são parte de uma conspiração contra seu pai, Jair Bolsonaro.

Em nota, Grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro se manifesta sobre ataque 

Nesse sábado (15) em torno das 21:30h, nosso grupo grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro sofreu um segundo ataque cibernético. Não sabemos exatamente quais mecanismos estão sendo utilizados pelos invasores, esperemos que a plataforma que utilizamos, o Facebook nos ajude a impossibilitar que novos ataques ocorram.

Em um primeiro momento a página teve suas moderadoras e administradoras gradativamente retiradas, e o invasor colocou a si próprio como único administrador da página. A invasão é feita através de um perfil falso, pois quando não se está do lado certo da luta, não se tem coragem de mostrar o rosto e enfrentar uma batalha justa.

Enquanto deletava as verdadeiras protetoras da página, o invasor alterou o nome do grupo, como foi feito no primeiro ataque, para Mulheres Com Bolsonaro, seguido do número do candidato.

Em seguida os invasores, que não conseguem juntar em grupos a favor do candidato uma multidão de mulheres tão numerosa e precisa partir para meios sórdidos para reagir ao adversário, trocou a foto de capa do grupo para uma imagem do Inominável que vem sendo compartilhada por pessoas favoráveis a ele.

AS participantes do grupo, ao perceberem a movimentação suspeita da página começaram a se manifestarem através de coloridos posts, uma metáfora de mossa diversidade, e demostraram que permaneceriam unidas.

“Vivemos em uma democracia, ainda que constantemente ameaçada, não será através da força, da ilegalidade e da desonestidade que nossos votos serão convertidos, serão ainda mais reafirmados, contrários a todo e qualquer ato e discurso de ódio”

Em um dos posts, uma de nossas fiéis e incansáveis participántes afirma que não seremos caladas, o grito dos desesperados jamais será mais alto do urro das esperançosas lutadoras. Afirmamos e reafirmamos, #EleNao!

Nós mulheres não daremos um único passo para trás, nem para pegar impulso. Nosso combustível para seguir adiante é de fonte interminável, ele vem da garra e da coragem de todas as mulheres que estão se posicionando contrárias a uma proposta de governo que não nos contempla, nós não damos “fraquejadas”, apenas nos FORTALECEMOS.”

Outra participante clama que todas permaneçam no grupo e divulguem conteúdos antifascistas em outras redes. Tomamos conta da internet, da mídia. Somos assunto nas casas, nos locais de trabalho, nos espaços de convivência de um país inteiro e fora dele também. Não há como parar o desencadear de nossas manifestações, os ataques apenas reforçam que estamos no caminho certo, que estamos fazendo a diferença, que podemos mudar o cenário político.

Desde o ataque ao grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro, observamos uma enorme mobilização das mulheres, inclusive com a criação de novos grupos com o mesmo objetivo. Nossa semente foi plantada. Apoiamos todos os grupos que disseminando o mesmo ideal antifascista e contrário ao mesmo candidato ao qual fazemos frente de resistência.

Informamos que o grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” foi recuperado e está em manutenção. Não fomos deletadas e seguiremos retornando, somos incansáveis. Não vão nos calar.#elenao #MUCBvive

Nosso grupo não tem fim, ele renasce em nossas filhas, netas, sobrinhas, ele cresce em nossas amigas, mães e avós. Estamos tomando todas as providências legais cabíveis em relação a este crime cibernético, mas principalmente um crime contra democracia e ao estado de direito. Não nos calarão, não esmoreceremos!”.

Assessoria de Imprensa M.U.C.B