“Ele falava baixinho no meu ouvido”, diz paciente de médico detido
"Tive a sensação de que estava sozinha com ele", contou Naiane Guedes
Uma paciente do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, detido acusado de estuprar uma paciente que passava por uma cesariana, disse nesta terça-feira, 12, que estranhou diversas atitudes do profissional ao longo do parto.
“Quando retomei a consciência, só escutava a voz dele no centro cirúrgico. Tive a sensação de que estava sozinha com ele. Ele também falava os procedimentos baixinho no meu ouvido, isso me incomodou”, falou a técnica de radiologia Naiane Guedes, de 30 anos, após depor na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti (RJ).
Ela realizou o parto cesárea no dia 5 de junho, no Hospital da Mãe, em Mesquita. De acordo com ela, depois da cirurgia, estranhou ter recebido anestesia geral.
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“Achei estranho a anestesia geral. Essa é a terceira cesárea e nunca tomei nenhuma anestesia geral. Dessa vez, fiquei completamente dopada e estranhei esse comportamento”, disse.
Rafael Marques de Oliveira, de 28 anos, marido de Naiane, falou que esteve presente na cirurgia até o filho nascer. “Fiquei ali até ele (Giovanni) pedir que eu me retirasse. Pediu para eu sair. Eu saí com a pediatra e ele ficou lá. Ela foi sedada depois”, contou.
Segundo Naiane, depois do parto do último filho, ela precisou fazer uma laqueadura e reclamou para o anestesista de uma dor nos ombros e na nuca. “Ele disse que precisava me sedar para que a dor parasse”.
Naiane, porém, não tem certeza se foi abusada sexualmente por Giovanni, por conta da sedação: “Eu não tenho certeza, porque estava inconsciente. Eu passei mal quando vi a notícia, reconheci ele na hora. A gente entrega a nossa vida na mão dessas pessoas, que a gente acredita que vão cuidar da gente e estamos sujeitos a um estuprador”, completou.