Eleições 2018: Caetano Veloso ataca Olavo de Carvalho
Compositor publicou neste domingo (14) o artigo “Olavo faz incitação à violência; convoco meus concidadãos a repudiá-lo”
Em um artigo publicado neste domingo (14), Caetano Veloso citou um texto em que o escritor Olavo de Carvalho conclama seguidores a perpetrar uma escalada de ações violentas.
O texto “Olavo faz incitação à violência; convoco meus concidadãos a repudiá-lo” _assinado por Caetano na “Folha de S.Paulo”_ diz que, caso Jair Bolsonaro (PSL) seja eleito presidente do Brasil, o autor sugere que “imediatamente à sua posse seus opositores sejam não apenas derrotados mas totalmente destruídos enquanto grupos, organizações e até indivíduos”.
“Ele diz que os que consideram Bolsonaro uma ameaça à democracia não estão lutando para vencer uma eleição e sim ‘pela sobrevivência política, social e até física’. Isso é anúncio de autoritarismo matador”, prossegue a denúncia de Caetano.
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“Quando atacado a faca por um maníaco, todos os outros concorrentes à Presidência condenaram veementemente o atentado e seu autor; quando um eleitor seu matou um artista baiano que declarara voto no PT, Bolsonaro disse que não tinha nada a ver com isso”, citou o compositor em seu artigo.
Caetano comenta sobre a carreira de Carvalho. “Olavo é figura histórica da anti-esquerda. Catequizou gerações de jovens brasileiros a um anticomunismo delirante e ressentido”, diz. “Olavo hoje posa nos EUA segurando arma pesada. Quão útil será sua cruzada para a indústria armamentista?”, questiona o músico.
No texto, Caetano diz que “é evidente que todo cidadão brasileiro que mereça esse nome _seja ele Fernando Henrique Cardoso, Roberto Carlos, Roberto Schwartz, Suzana Vieira, Chico Buarque, Luiz Tenório de Oliveira Lima, Letícia Sabatela, Fernando Haddad, Zezé de Camargo, Miriam Leitão ou ACM Neto_ deve agir contra a possibilidade de eleição de Bolsonaro”. “A não ser que este desautorize publicamente o texto de Olavo”, pondera.
Por fim, o baiano esclarece que não é petista e nunca foi comunista. “Mas farei o que me for possível para vencer o crescimento da desigualdade e, acima de tudo, defenderei os direitos da pessoa humana. Ou vamos fingir que o candidato dele já venceu a eleição e, por isso, pode mandar matar quem não votou nele?”
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