Jornalista da GloboNews é criticada após fala machista sobre Janja

Eliane Cantanhêde recebeu uma alfinetada de um colega ao vivo

A jornalista Eliane Cantanhêde foi criticada nas redes sociais após disparar uma fala machista, durante sua participação no programa “Em Pauta”, da GloboNews, sobre o papel que Janja, esposa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vem desempenhando desde a campanha nas eleições até este momento de transição de governo.

Eliane Cantanhêde é criticada na GloboNews após fala machista contra Janja
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Eliane Cantanhêde é criticada na GloboNews após fala machista contra Janja

Durante sua participação no programa, a jornalista afirmou que a futura primeira-dama está incomodando. “Quem é o presidente é o Lula. Tudo tem limite. Tudo o que excede pode dar problema. E há um incômodo sobre o excesso de espaço que a Janja está ocupando”, começou Cantanhêde.

Em seguida, a jornalista comentou sobre a presença de Janja durante o discurso de Lula em que o presidente eleito chorou ao falar da fome no Brasil. “Ela tava ali sentada, mas ela não é presidente do PT, não é líder política, não é presidente de partido. Por que ela estava ali? Qual é o papel da primeira-dama?”, questionou.

Cantanhêde, então, começou a citar algumas ex-primeiras-damas, como a mulher do Geisel, a do Costa e Silva e a do Fernando Collor. Ela disse que nenhuma delas foi bom exemplo de primeira-dama. “Eu acho que um bom exemplo de primeira-dama foi a Ruth Cardoso que, como a Janja, tinha brilho próprio, era uma professora universitária e super respeitada, e cuidou da Comunidade Solidária [programa de combate à pobreza e à desigualdade social do governo FHC], mas não tinha protagonismo, nem voz nas decisões políticas. Se tinha, era a quatro chaves, dentro do quarto do casal”, afirmou a jornalista.

A fala de Cantanhêde na GloboNews foi recebida como um ataque misógino ao protagonismo das primeiras-damas, sobretudo em relação a Ruth Cardoso e a Janja, como se elas devessem se ater apenas ao quarto do marido.

Em seguida, o jornalista André Trigueiro fez uma fala em defesa ao protagonismo da primeira-dama. “Já ficou muito claro que [a primeira-dama], nesse governo, não será propriamente alguém que vai cumprir o papel de dona de casa subserviente ao marido. Lugar de mulher é onde ela quiser ficar. Isso o presidente eleito falou na Paulista no discurso da vitória”, disse.