‘Boa garota’: seus elogios têm um significado real? Veja 5 dicas
“Eu adorei esse desenho, filha!”, “como você está bonita!”, qual será a dose certa na hora de elogiar as crianças?
O ato de elogiar pode trazer muitos benefícios em todas as fases da nossa vida. Por outro lado, entender os impactos que esse prática pode causar e refletir sobre como a utilizamos é importante para que as consequências sejam sempre positivas, estimulantes e com foco no desenvolvimento do melhor em cada um.
Thiago Queiroz, idealizador da página Paizinho, vírgula! divulgou um texto que traz cinco dicas de como fazer um elogio eficiente.
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“Algumas pessoas ainda nutrem o pensamento pré-histórico de que não devemos elogiar nada e nem ninguém, alegando que os outros “não fazem mais do que a obrigação”. Deixando esse extremo de lado, sabemos que elogios são sempre bem-vindos. Mas será mesmo? Será que todo elogio é realmente eficiente e positivo?”, questiona.
Na opinião de Thiago é preciso tomar cuidado com o exagero, pois normalmente são vazios em significado.
“O que são esses elogios exagerados? São aqueles elogios em que nós, pais, fazemos uma festa forçada e gigante de uma maneira que não condiz exatamente com o que a criança fez”, exemplifica.
Esse tipo de atitude pode gerar a expectativa de que isso aconteça, na mesma intensidade, em todas as vezes em que a criança apresentar algo aos cuidadores. Além disso, ao longo do tempo, fica perceptível que a reação não é sincera.
Outro cuidado interessante é não permitir que o elogio crie uma necessidade de aprovação externa constante, causando insegurança.
Mas calma, começamos o texto afirmando que elogiar pode ser algo positivo. Então veja as dicas de Thiago Queiroz sobre quais caminhos são mais certeiros para isso.
Faça o elogio ser sobre seu filho, não sobre você
Quando elogiamos os nossos filhos, tendemos a falar como nos sentimos em relação ao que eles fizeram. Normalmente, dizemos coisas assim:
— Nossa, filho, estou muito orgulhoso de você!
— Uau, filha, você fez aquilo e me fez muito feliz!
Qual o problema disso? O problema é que estamos ajudando a criar filhos que serão viciados em aprovação externa. Se todos os elogios que fizermos aos nossos filhos são centrados em como nos sentimos, nossos filhos tenderão a buscar essas aprovações em nós e não em suas próprias ações.
Ao invés de falarmos sobre o quão orgulhosos ou felizes estamos, podemos perguntar aos nossos filhos como eles se sentem em relação ao que fizeram:
— Ah, filho, e como você se sentiu? Você ficou feliz por ter feito aquilo?
— Nossa, filha, você deve estar orgulhosa por ter conseguido aquela coisa, né?
Evite elogios vazios
Você já deve ter ouvido elogios assim quando você era criança:
— Bom trabalho!
— Boa garota!
Mas agora que somos adultos, podemos nos perguntar: o que esses elogios querem dizer? Isso mesmo, nada. Esses elogios não dizem absolutamente nada. Também sabemos que, normalmente, esses elogios são feitos por quem não está prestando muita atenção no que a criança está fazendo. Então o “bom trabalho” acaba saindo em forma de “tapinha nas costas” da criança.
Faça elogios descritivos
Essa é a regra de ouro para os elogios eficientes! Quando fazemos elogios descritivos, damos a oportunidade para os nossos filhos sentirem orgulho deles próprios, porque mostramos a eles, com um olhar externo, o que eles fizeram. Então, numa tacada só, fazemos duas coisas: mostramos aos nossos filhos que estamos interessados e percebemos o que eles estão fazendo; descrevemos o que eles fizeram, para que eles realmente percebam tudo aquilo que eles conseguiram fazer. Por exemplo, ao invés de dizer um “belo desenho” para o seu filho, você pode tentar descrever o desenho que ele fez:
— Caramba, filho, você fez esse desenho? Vi que você pintou essa parte de vermelho, e também desenhou essa bola aqui redondinha!
Seja genuíno na sua reação
Seja honesto com o seu filho, no sentido de reagir de maneira condizente com o que você está realmente sentindo. Se você ficou mesmo surpreso com aquilo que o seu filho lhe apresentou, então não há nenhum mal em se empolgar na reação:
— Uau, filho! — Caramba, filha, você fez isso?!
O ponto de equilíbrio é esse: estar consciente do que você sente e ser honesto ao demonstrar isso ao seu filho.
Evite usar rótulos nos elogios
— Eita, filha, como você é inteligente!
Quando rotulamos nos elogios, podemos passar a mensagem de que os nossos filhos são aceitos apenas quando conseguem entrar naquela caixinha em que os colocamos. E isso pode gerar pressões muito grandes para os nossos filhos, ao longo da vida. Imagine que o seu filho acertou o ditado na escola e você gasta alguns minutos falando sobre como ele é inteligente ou como ele é esperto e sempre tira dez nas tarefas da escola. A tendência é que essa criança, agora, sinta uma pressão para sempre acertar nos seus afazeres escolares e continuar atingindo a expectativa de ser o “filho inteligente”.
Portanto, ao invés de simplesmente rotular os nossos filhos, podemos utilizar todas as alternativas anteriores desse texto: podemos perguntar como ele se sente por ter feito aquilo, podemos focar no esforço que ele teve para atingir aquele objetivo, e podemos também perguntar a eles sobre quais as partes foram mais difíceis para ele naquela tarefa.
Clique aqui para ler o texto na íntegra.
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