Em ato contra corrupção, manifestante pede fim da “islamização” no Brasil
O Brasil é um país islamofóbico? Reações a atentados terroristas despertam atos de xenofobia no Brasil; Em nota, Associações Muçulmanas repudiam ataque ocorrido no Paquistão
Quais são os impactos causados por um ataque terrorista? As respostas são múltiplas e variam do medo sintomático à histeria do discurso fascista que, nos últimos anos, ganha força não só em países europeus, mas também no Brasil. A exemplo do que foi registrado na última segunda-feira, 28, em São Paulo, durante manifestação organizada por estudantes de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Segundo informações da agência Democratize, o ato, que tinha como tema o “impeachment” e também o apoio à “Operação Lava-Jato”, levou para as ruas da região central, além das reivindicações locais, mensagens contra uma possível “islamização” do Brasil. Pedia também o fechamento das fronteiras nacionais.
A placa logo chamou atenção dos organizadores do protesto, que cientes do teor ofensivo da mensagem, pediram a retirada da manifestante.
Associações muçulmanas divulgam nota de repúdio ao ato terrorista no Paquistão
Em nota, a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil repudia o ataque terrorista ocorrido no Paquistão – que teve como alvo os cristãos que celebravam a Páscoa no parque de Lahore, ao leste do país. O atentado deixou 72 mortos, em sua maioria, crianças e mulheres. Confira o texto na íntegra:
“A humanidade, infelizmente, vem sofrendo com a intolerância religiosa e com as promessas de muitos grupos radicais de que os ataques não cessarão. Mais uma vez, por sermos uma entidade que representa a comunidade muçulmana, reforçamos que o nome do Islamismo jamais pode ser usado em atentados contra a vida. É um dever do muçulmano respeitar todos os seres humanos considerando suas diferenças, além de praticar a caridade, a justiça e, especialmente, fomentar a paz.
Rogamos a Deus que as autoridades tenham a sabedoria necessária para combater o terrorismo com diálogo e sem deixar que predominem apenas seus interesses; que as famílias recebam o consolo necessário para seguir adiante apesar das perdas; e que a humanidade possa, enfim, viver em paz”.