Em comunidades do Rio, milícia é mais temida do que traficantes

Os dados são da pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP)

Rio de Janeiro – Operação policial após ataques às bases das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, em Copacabana.
Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rio de Janeiro – Operação policial após ataques às bases das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, em Copacabana.

Dados divulgados, nesta segunda-feira (18), pela pesquisa Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), apontam que milicianos são mais temidos que traficantes nas comunidades do Rio de Janeiro e entre os moradores da Zona Sul da capital fluminense.

A pesquisa entrevistou 843 pessoas na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 23 e 25 de janeiro.

De acordo com a pesquisa 29% dos moradores de comunidades têm mais medo dos milicianos do que dos traficantes e dos policiais, 25% têm mais medo do tráfico de drogas, 18% temem a polícia e 21% têm medo de todos na mesma proporção.

Entre os moradores da Zona Sul, essa proporção é ainda maior: 38% dos moradores temem mais as milícias. Outros 20% têm mais medo dos traficantes, 24% temem a todos e 12% têm mais medo dos policiais.

Os entrevistados foram questionados se foram vítimas de violência no último ano. E 29% deles afirmaram que se viram em meio ao fogo cruzado entre policiais e criminosos nos doze meses anteriores.

Considerando todos os entrevistados em toda a cidade, o medo dos traficantes que fazem parte de facções criminosas ainda supera o das milícias. 34% temem mais os traficantes de facções e 27% têm mais medo dos milicianos. Outros 12% temem os policiais e 22% temem todas as variáveis na mesma proporção.