Em delação, Duda Mendonça cita caixa 2 em campanha de Paulo Skaf

Citado na operação Lava Jato, marqueteiro Duda Mendonça tenta delação premiada e revela suposto caixa dois em campanha de Paulo Skaf, segundo candidato mais votado ao governo paulista em 2014

03/11/2016 13:48

Acusado na delação de Mendonça, Paulo Skaf lançou a campanha “Não Vou Pagar o Pato” contra aumento de impostos
Acusado na delação de Mendonça, Paulo Skaf lançou a campanha “Não Vou Pagar o Pato” contra aumento de impostos - Rovena Rosa/Agência Brasil

Notícia divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira, 3, revela uma suposta denúncia de caixa dois envolvendo o marqueteiro Duda Mendonça e o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf (PMDB).

Em tentativa de delação premiada, o marqueteiro informou ao Ministério Público Federal que recebeu da Oderbrecht parte dos pagamentos de trabalhos da campanha de Skaf, à época, candidato ao governo paulista, nas eleições de 2014.

Há dois meses, desde que teve seu nome envolvido na operação Lava Jato (em delação da empreiteira Oderbrecht), Mendonça negocia com procuradores a confissão de recebimentos de recursos não declarados à Justiça Eleitoral.

Entenda o caso

Em sua versão, Mendonça revela que a construtora fora responsável pelo repasse do dinheiro para a campanha de Paulo Skaf. Para pagar as despesas de marketing do candidato peemedebista, o desvio acontecia por meio do Setor de Operações Estruturadas, apontado pelas investigações como o departamento de propinas da empreiteira.

A Procuradoria Geral da República, entretanto, ainda não se manifestou sobre o caso. E avaliará a relevância das informações prestadas.

Valores desencontrados

Na prestação de contas de Skaf,registrada em 2014 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Votemim Escritório de Consultoria Ltda, que tem Duda Mendonça como proprietário, recebeu sete pagamentos oficiais, somando R$ 4,1 milhões.

Apesar disso, segundo apuração da Folha, a conta dos serviços de marketing da campanha superou o valor prestado TSE: valor desembolsado para Mendonça por meio de caixa dois.

Ainda segundo a reportagem, na época, Paulo Skaf foi informado que o PMDB seria responsável pelas negociações dos pagamentos pendentes, decisão acertada com a Oderbrecht.

Skaf repudia delação

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, candidato a governador em 2014 pelo PMDB, afirma não ter conhecimento do assunto e considera absurdas as acusações referentes às despesas de sua campanha política. Confira a matéria na íntegra.