Em palestra, Lula defende descriminalização da maconha

Entre os assuntos abordados, o ex-presidente falou também sobre política de drogas, taxação de grandes fortunas e redução da maioridade penal.

14/05/2015 16:21

Durante um debate ocorrido na última terça-feira, 12 de maio, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conversou com aproximadamente 300 jovens por mais de duras horas. Entre diversas pautas abordadas no debate, a conversa passou por temas como política de drogas, taxação de grandes fortunas, regulação dos meios de comunicação e redução da maioridade penal.

A discussão ganhou destaque na mídia quando Lula manifestou sua opinião sobre o tratamento dado à questão da maconha no Brasil.Na ocasião, ele comentou. “O que eu defendo claramente é que sou contra a criminalização da maconha e do usuário. Não tem sentido a polícia pegar um usuário e tratar como se fosse criminoso. No entanto, este é um assunto que tem de ser tratado com muita seriedade”.

Lula revelou que, em conversas recentes com a presidenta Dilma Roussef, ela teria se comprometido a enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional para taxar grandes fortunas. “Dilma disse que vai mandar o projeto de lei para taxar as grandes fortunas no Brasil. Eu não acredito que com aquele Congresso isso vai passar; mas, de qualquer maneira, é bom ela mandar, porque podemos perder o projeto, mas não podemos perder a causa o debate”, avaliou.

Lula foi presidente do Brasil entre 2002 e 2010
Lula foi presidente do Brasil entre 2002 e 2010

Quanto a outro tema polêmico, a maioridade penal, o ex-presidente foi taxativo: “Eu sou contra a redução da maioridade penal”. Em relação à responsabilidade pela segurança pública, defendeu uma revisão do pacto federativo. “A responsabilidade não pode ser só dos estados”, afirmou, destacando que a questão da segurança não pode se resumir a uma política de “polícia na rua”, sendo necessário também dar oportunidade e estrutura às pessoas.

Na palestra, Lula também fez uma avaliação do atual cenário da comunicação e da regulação econômica dos meios. “Ela [a mídia] pode influenciar mais ou menos, dependendo da mídia que o jovem utiliza. Hoje, por exemplo, a internet tem mais influência que a televisão. Jornal, então, virou coisa do passado. E é por isso que nós apresentamos uma proposta de regulação democrática dos meios de comunicação porque a que existe hoje é de 1962. O que está faltando no Brasil ainda é maior acesso à internet”, disse. “Falta também informação correta e justa para ser divulgada na televisão. Nós demoramos 24 anos para conseguir um canal de televisão, a TVT. E, mesmo assim, nós não queremos ouvir notícias que falem bem da gente, e sim que diga a verdade, informe e deixe o telespectador, ouvinte ou internauta fazer juízo de valores. Por isso que a regulação nos meios de comunicação é uma das lutas que devemos fazer em caráter de urgência”, finalizou.

Com informações da Revista Forum