Em protesto contra preconceito, homem acaba virando agressor  

28/05/2017 16:54

O norte-americano Adam Smith, 39, resolveu aderir a um protesto contra o ódio, mas, infelizmente, acabou despejando seu descontentamento de forma errada, o que fez com que de acusador, ele virasse agressor.

A intenção era protestar contra rede de restaurantes que havia se posicionado contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo
A intenção era protestar contra rede de restaurantes que havia se posicionado contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo

A intenção de Adam era aderir a uma onda de protestos contra a rede de restaurantes Chick-fil-A, que havia se posicionado contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo em 2012.

Houve uma mobilização online para que pessoas, pacificamente, fossem às lojas da rede e pedissem pelo direito de ter um copo d’água grátis e não comprassem nada, isso geraria prejuízos ao grupo.

Adam resolveu fazer isso, gravar e postar a ação. A despeito da intenção de Adam, a atendente do drive-thru, Rachel Elizabeth, foi solícita, mas ele saiu do tom do protesto e foi agressivo com a moça: “Sou heterossexual, não sou gay. Só não tolero o ódio”, disse.

Ele seguiu hostilizando a moça, dizendo que ela trabalhava para uma empresa detestável e com valores horríveis.

A surpresa de Adam foi que, após postar o vídeo que tomava como um protesto, os ataques se voltaram para ele, por ter agido daquela forma com a jovem, uma vez que o protesto era contra a empresa e deveria ser pacífico, não incentivar mais ódio.

Pouco depois ele postou novo vídeo, desculpando-se com a atendente, dizendo que sua intenção era fazer um protesto pacífico, mas que ao ver que no local muita gente também se manifestava contra o casamento gay, acabou perdendo a cabeça.

“Não percebi que a humilhei porque estava obcecado em representar o ‘lado certo’ da discussão. Justifiquei a minha ação com a certeza [que estava do ‘lado certo’]”, disse em entrevista ao portal UOL.

Após os vídeos, a companhia onde trabalhava como diretor recebeu ameaças de bomba e a família também passou a se intimidada. Ele foi demitido, mudou de cidade e chegou a conseguir outro emprego, mas foi desligado da nova empresa duas semanas depois, quando o novo chefe descobriu seu vídeo. Depois disso, ficou 2 anos e meio desempregado.

Rachel chegou a ser entrevistada por em um programa e disse aceitar as desculpas de Adam, mas os ataques a ele pela internet não cessaram.

Anos após o ocorrido, Adam diz ter aprendido a lidar melhor com seus erros e os dos outros.

“Na internet, é como se tivéssemos uma câmera registrando cada minuto de nossas vidas. Antes, quando cometíamos um erro, apenas algumas pessoas o testemunhavam. Agora, esse mesmo erro pode ser visto por bilhões de pessoas. Quando isso acontece, julgamos de maneira muito dura, esquecendo que já fizemos escolhas parecidas”, afirmou.

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