Em prova do MP, promotor gera polêmica com frase sobre estupro

Com informações da BBC Brasil

O promotor público Alexandre Couto Joppert, que atuava como examinador de uma prova oral do 34º concurso para o Ministério Público do Rio de Janeiro, causou polêmica ao afirmar, durante uma das perguntas, que um estuprador ficou “com a melhor parte (no crime), dependendo da vítima”.

De acordo com a “BBC Brasil“, que teve acesso a uma gravação da prova, o promotor descreveu a atuação de cada um dos criminosos em um caso hipotético de estupro. “Um segura, outro aponta arma, outro guarnece a porta da casa, outro mantém a conjunção – ficou com a melhor parte, dependendo da vítima – mantém a conjunção carnal, e o outro fica com o carro ligado para assegurar a fuga”, afirmou.

A atitude causou grande indignação na área jurídica do estado e também nas redes sociais. Procurado pelo veículo, Joppert disse que foi mal interpretado e que sua fala buscou descontrair o ambiente da prova, que geralmente é muito tenso para o candidato.

A declaração causou revolta nas redes sociais

“Essa frase, talvez ouvida fora do contexto, pode dar uma ideia errada. Eu quis dizer ‘a melhor parte’ não na minha ótica, obviamente. A melhor parte na ótica da mente doentia do criminoso. Em todo o estupro, o objetivo principal do criminoso, naquela patologia psíquica que ele tem, é alcançar a satisfação da sua lascívia. Como no estelionato a melhor parte a é obtenção da vantagem indevida”, explicou Joppert.

Em relação à parte em que disse que a conjunção carnal no estupro seria a melhor parte “dependendo da vítima”, o promotor afirmou que se referia à capacidade de reação da vítima. As provas orais do MP podem ser gravadas pelos participantes ou pelo público.

Segundo a reportagem, o caso já teria sido levado à Corregedoria da instituição. O promotor informou que emitirá nota pública ainda nesta tarde.

Ouça o áudio da declaração polêmica.