Em SC, Justiça obriga ativista ambiental a deixar caverna onde vive há 26 anos

Petição on line que pede a permanência de Vilmar Godinho já conta com 15 mil assinaturas; saiba como participar

Faz 26 anos que o gaúcho Vilmar Godinho largou a rotina de um escritório de publicidade, em Porto Alegre (RS), para dedicar sua vida ao meio ambiente. Mais que isso, foi viver num espaço de não mais que 28 m², dentro de uma caverna localizada no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, Palhoça, em Santa Catarina.

E após quase três décadas voltadas à preservação da fauna, flora e comunidade local, hoje, Vilmar, é acusado de crime ambiental.Sua culpa: construir um forno de tijolos e uma horta de plantas nativas.

De acordo com a interpretação do Ministério Público catarinense, Vilmar explora os recursos naturais em uma área de preservação ambiental. Em decisão assinada pela juíza Cítina Werlang, o ambientalista retira recursos do parque como água e lenha para diversas finalidades pessoais.

Há 26 anos, Vilmar Godinho deixou a rotina da cidade para viver em harmonia na natureza

Em entrevista ao portal G1, o promotor do caso, José Eduardo Cardoso, justificou: “Ele ocupa um local que não poderia, certamente não paga IPTU ou outros impostos que todos os cidadãos são obrigados a pagar. Se vive há 26 anos no local, é muito estranho que não tenha regularizado a situação”.

Moradores lançam petição para impedir retirada de Vilmar (Saiba como participar)

Desde que foi anunciada a decisão, no dia 29 de fevereiro, o caso despertou revolta entre os moradores da região que, nos últimos dias, organizou uma série de protestos pedindo a permanência de Vilmar. Que rendeu, inclusive, uma petição on line que pede sua permanência no local, além de uma página no Facebook dedicada ao episódio. 

Desde fevereiro, após a decisão da Justiça, para cada dia na Caverna Vilmar terá que pagar multa de R$ 500. E caso não desocupe a caverna até o fim deste mês, terá que pagar R$ 30.050 ao MP.

Crédito: Luciana DelacroixThiago Bittencourt de Medeiros