Em última tentativa de justiça, família de Jean Charles perde recurso contra policiais britânicos

Segundo os juízes da Corte Europeia, as autoridades britânicas não feriram nenhuma lei de direitos humanos ao matar o brasileiro

Há 11 anos, o mineiro Jean Charles de Menezes foi confundindo com um terrorista e morto por policiais um vagão do metrô de Londres, na Inglaterra. Era noite de 22 de julho de 2005 e o brasileiro recebeu sete tiros na cabeça, e apesar do clamor popular, pouco foi feito a respeito. Nesta quarta-feira, 30, a corte Europeia de Direitos Humanos avaliou que as autoridades britânicas acertaram ao não processar os policiais responsáveis pelo assassinato.

Esta foi a última tentativa da família de responsabilizar o governo britânico pela morte do eletricista, que recorreu à Corte Europeia de Direitos Humanos, em Estrasburgo, na França.

Em defesa da vítima, os familiares questionam a controversa justificativa de que os policiais agiram após suposta reação de Jean Charles. Apesar dos sete tiros, pelas costas, na cabeça.

Mineiro da cidade de Gonzaga, o eletricista vivia há três anos em Londres

Ainda assim, a corte optou pelo resultado das investigações das autoridades britânicas: que não havia provas suficientes para incriminar os policiais envolvidos. E o julgamento teve resultado final de 13 votos a 4. E derrota para a família brasileira.

Relembre o caso

Em 2005, 15 dias antes do assassinato do brasileiro, a capital britânica foi alvo de atentados que resultaram na morte de 52 pessoas
e mais de 700 feridos. Os ataques aconteceram em linhas de ônibus e metrôs da cidade.

Na busca pelos responsáveis, a Polícia Metropolitana de Londres, Scotland Yard, supostamente, confundiu Jean com Hussain Oman – um dos envolvidos em novas tentativas atentados que não chegaram a acontecer. O acusado e Jean Charles, coincidentemente, moravam no mesmo prédio, onde a polícia descobriu uma mala com explosivos.

Após o assassinato, a Polícia Metropolitana de Londres não respondeu a processo criminal algum e sequer houve ação contra os oficiais. Coube à corporação pagar multa por violações à segurança pública.