Em vídeo, artistas defendem repórter da Folha após ataque de Bolsonaro
Grupo, que reúne atrizes como Cláudia Abreu e Alinne Moraes, pede respeito às mulheres
Em um vídeo publicado nesta quarta-feira, 19, nas redes sociais um grupo de artistas repudiou os insultos do presidente Jair Bolsonaro contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha.
A inciativa foi do grupo 342 Artes, criado pela atriz e produtora Paula Lavigne, que contou com a participação de artistas, influenciadoras e outras mulheres ligadas à cultura.
“Não iremos tolerar mais ataques à liberdade de imprensa e à democracia”, diz o vídeo.
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As atrizes Cláudia Abreu, Alinne Moraes, Julia Lemmertz, Débora Nascimento e Sophie Charlotte, as apresentadoras Fernanda Lima e Astrid Fontenelle e a cantora Zélia Duncan são algumas das famosas que aparecem no vídeo.
Insultos sexuais
Na terça-feira, 18, Bolsonaro fez insinuações com conotações sexuais sobre a jornalista da Folha ao comentar sobre o depoimento de um ex-funcionário da Yacows, sobre a CPI das Fake News no Congresso.
“Ela [a repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disse Bolsonaro aos risos na saída do Palácio da Alvorada.
Na semana passada, Hans River ofendeu a profissional ao dizer que ela havia se insinuado sexualmente para ele em troca de uma reportagem sobre o uso de disparos de mensagens na campanha eleitoral.
A Folha contestou as declarações dele comprovando por meio de mensagens de texto e áudios que eles trocaram na época da produção da matéria.
“Olha, a jornalista da Folha de S. Paulo, tem mais um vídeo dela aí. Não vou falar aqui porque tem senhoras aqui do lado. Ela falando ‘eu sou (…) do PT’, certo? O depoimento do Hans River foi no final de 2018 para o Ministério Público, ele diz do assédio da jornalista em cima dele”, afirmou o presidente.
Em nota divulgada nesta terça-feira, 18, a Folha de S.Paulo afirma que “o presidente da República agride a repórter Patrícia Campos Mello e todo o jornalismo profissional com a sua atitude”. “Vilipendia também a dignidade, a honra e o decoro que a lei exige do exercício da Presidência”, diz o texto.