Embaixador do ecoturismo de Bolsonaro cometeu 10 infrações ambientais

Nas redes sociais, o presidente da República anunciou Richard Rasmussen como o novo nome para o cargo

Por: Redação
O apresentador de TV é famoso por interações com animais exóticos
Créditos: Carolina Antunes/PR
O apresentador de TV é famoso por interações com animais exóticos

Na última sexta-feira, 2, o presidente Jair Bolsonaro anunciou o polêmico biólogo e apresentador de TV, Richard Rasmussen, como embaixador do turismo no Brasil, com ênfase no ecoturismo. Segundo reportagem de Ana Carolina Amaral e Phillippe Watanabe, na Folha de S.Paulo, o indicado para o cargo foi autuado pelo Ibama em dez infrações sobre fauna.

As multas, aplicadas entre 2002 e 2009, somam R$ 263,1 mil e correm em processos separados na Justiça. A multa mais alta recebida pelo apresentador é de 2004, no valor de R$ 144 mil, por dar destinação ou permutar espécie silvestre sem autorização do órgão responsável.

A maior parte das autuações ocorreu em Carapicuíba, interior de São Paulo, onde Rasmussen mantinha um criadouro sem comprovação de origem dos animais e com suspeitas de tráfico. O Ibama fechou o espaço em 2005.

No mesmo ano de sua primeira multa do Ibama, em 2002, o apresentador apareceu em um quadro do Programa do Faustão segurando nas mãos um sapo que seria beijado e transformado em príncipe. Depois, ele emplacou quadros na TV Record e ganhou seu próprio programa nos canais SBT, Net Geo e Bandeirantes.

A fama do novo embaixador do turismo veio após um vídeo viralizar e virar meme nas redes sociais. Nele, Richard está de costas para o fenômeno da pororoca, na foz do rio Araguari (AP), quando anuncia, segurando um bastão, “a onda mais longa do planeta Terra”. Ao virar de frente, ele foge correndo.

Como embaixador do turismo de Bolsonaro, o apresentador de TV deverá divulgar o Brasil em outros países como destino ecoturístico e palestrar em eventos internacionais. Ele disponibilizou para o governo federal todo seu acervo de imagens, mas o conteúdo é criticado por biólogos e especialistas em conservação por indícios maus tratos e perturbação à fauna silvestre.