Empresária acusa advogado de agredi-la por causa de um colete salva-vidas
“Não tinha necessidade de ter acontecido tudo isso, era só ela chegar e falar que não queria que as crianças usassem o colete", fala a vítima
A empresária Tatiane Priscila Aguirre Marão, de 41 anos, acusa um advogado e o filho dele de agressão. O motivo seria uma confusão envolvendo um colete salva-vidas. Segundo ela, a agressão aconteceu dentro de um clube em Taquaritinga, interior de São Paulo.
Tatiane ficou com hematomas no rosto, nos braços e nas costas. Ela chegou a fazer o exame de corpo de delito e registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Taquaritinga.
De acordo com o delegado Claudemir Aparecido Pereira da Silva, o caso vai ser investigado no âmbito de lesão corporal e injúria. O suspeito, a esposa dele e outras pessoas que estavam no local devem ser chamadas para depor.
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O início das agressões por causa do colete salva-vidas
As agressões ocorreram em 11 de setembro, no Clube Náutico Taquaritinga. A empresária relata que passava a tarde no clube junto com a filha, uma amiga e o filho dela. Eles decidiram passear de jet ski com outro amigo que também estava no clube.
“Quando o nosso amigo encostou, a gente pediu para ele levar as crianças, mas ele tinha esquecido o colete na barraca e foi pegar um com os amigos. Ele voltou com um colete e levou minha filha. Depois, o filho da minha amiga, mas nesse tempo, veio uma mulher, começou a agredir a gente com palavras e tomou o colete. Eu revidei com ela, perguntei qual era o problema, e ela falou ‘o problema é que o colete é meu e eu não vou emprestar’. Nisso ela começou a xingar a gente de tudo que é nome”, afirma.
De acordo com Tatiane, depois que ouviu as agressões verbais, o colete foi devolvido. Ela e a amiga caminharam para o bar do clube. Na fila, ela sentiu um golpe no pescoço e em seguida, caiu no chão.
“Eu comecei a ouvir uma gritaria. Ele já veio me dando soco, deu um soco no meu olho, puxou meu cabelo, me jogou no chão e começou a me chutar junto com o filho dele. Foi horrível, não tinha motivo para nada disso”, disse.
O suspeito do crime
Tatiane afirma que o agressor é o advogado Ronnie Clever Boaro, marido da mulher com quem ela se desentendeu por causa do colete. A empresária disse que outros sócios do clube tiveram que contê-lo, no entanto, Boaro deixou o local ao ver que seria contido pelos seguranças. A família dele saiu do clube em seguida, inclusive com o adolescente que participou das agressões.
“Não tinha necessidade de ter acontecido tudo isso, era só ela chegar e falar que não queria que as crianças usassem o colete. Eu mesma teria tirado e devolvido, porque eu não preciso disso”, diz a empresária.
A empresária conta que no momento que apanhava questionou o motivo. Ronnie teria respondido que era por conta de uma possível ofensa dela à esposa dele.
Tatiane fala que o advogado também é sócio do clube. De acordo com ela, ele já foi impedido de frequentar o espaço por causa de problemas de comportamento antes.
A reportagem do G1 tentou entrar em contato com o advogado Ronnie Clever Boaro, porém não teve retorno por telefone e nem por e-mail.
Como denunciar violência doméstica?
Os casos de violência doméstica que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas.
É ou conhece alguém que sofre qualquer tipo de violência? Saiba onde e como denunciar:
Disque 180
O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.
Disque 100
O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.
As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.
Polícia Militar (190)
A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade.
Atenção ao protocolo policial! O atendimento presencial de um chamado depende de muitos fatores, como a disponibilidade de uma viatura no momento e uma avaliação da gravidade da situação. A ameaça à vida e à integridade física de alguém são sempre prioridade em relação a outros chamados, por isso, é importante explicar exatamente o que está ocorrendo quando solicitar o atendimento ao 190. Fale se já ouviu outras discussões antes e ligue mais vezes caso a viatura demore a aparecer.