Empresário confessa ter cortado fora pênis de jogador no Paraná
Edson Brittes disse que "estava desesperado" quando assassinou Daniel
A Polícia Civil do Paraná ouviu nesta segunda-feira, 5, o empresário Edson Brittes Junior, assassino confesso do jogador de futebol Daniel Corrêia Freitas, morto no final de outubro. O crime teria acontecido após o atleta, supostamente, tentar estuprar sua mulher, segundo o réu.
Além de Edson, que foi detido na última quinta-feira, 1, foram presas sua esposa, Cristiana Brittes, e a filha do casal Allana, também na semana passada.
O empresário alega ter espancado e matado o jogador após o mesmo ter tentado abusar sexualmente sua mulher. O crime aconteceu no dia 27 de outubro. Na ocasião, Daniel foi até a casa do acusado junto com outras pessoas após a comemoração de uma festa de Allana, que aconteceu em uma casa noturna, na noite anterior.
Em um vídeo divulgado pelo programa Brasil Urgente, da Band, Edson diz ter ouvido gritos de sua mulher, e, ao entrar no quarto, viu o atleta em cima de Cristiana.
Após presenciar o ato, o réu diz ter começado a violentar Daniel e, com o jogador já desacordado, ele o colocou no porta-malas do carro, com a ajuda de mais três pessoas, para, em seguida, levá-lo a um matagal em São José dos Pinhais. Antes de se livrar do corpo da vítima, o homem desferiu golpes de faca no pescoço, além de cortar fora o pênis do jogador.
“Eu não pensava em nada. Eu tinha uma faca no carro, uma faca pequena, que eu usava no carro, que fica junto com as ferramentas no porta-malas. Eu não sabia que eu ia fazer aquilo, eu estava desesperado, fora de mim. Olhei no porta-malas e vi o que tinha”, contou o empresário em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no estado.
Uma série de trocas de mensagens via WhatsApp obtidas pela polícia mostra que o jogador chegou a enviar uma foto dele deitado na cama com a esposa de Edson para amigos, em que ele afirma ter mantido relações sexuais com a mesma.
Os investigadores agora procuram saber se de fato houve tentativa de estupro, bem como se Edson coagiu testemunhas para forjar um depoimento dizendo que Daniel deixou a casa do empresário sozinho.
Contradições
De acordo com informações do portal G1, a polícia apontou uma série de contradições nos depoimentos da família Brittes sobre o caso.
A começar pelo pijama. À RPC, Edison contou que, quando chegaram da festa, ele vestiu o pijama na esposa e a colocou para dormir. No entanto, nas fotos tiradas por Daniel a mulher surge com a mesma roupa e colar que estava usando nas fotos da comemoração na casa noturna.
Em relação à porta arrombada que o réu ter alega ter arrebentado para entrar no quarto após ouvir os gritos de socorro de Cristiana, há uma contradição quando analisado um vídeo gravado pela defesa da família Brittes, em que Allana disse que abriu a porta do quarto e flagrou Daniel com a mãe.
Sobre a arma do crime, a faca utilizada para cortar o órgão genital do atleta, e que o assassino confesso alegou guardar em seu carro, uma testemunha que presenciou as agressões na casa de Edson disse ter ouvido outra pessoa gritar que o empresário tinha pegado uma faca, em meio à confusão.