Empresas não podem sacrificar animais usados para segurança
Presidente do Sindicato das Empresas de Segurança afirmou que os animais serão sacrificados caso a lei que proíbe o uso de cães para vigilância seja sancionada
Os defensores dos animais mal tiveram tempo de comemorar a aprovação do projeto que proíbe o uso de cães por empresas de segurança privada na cidade de São Paulo, sancionado nesta terça-feira (12) pela Câmara dos Vereadores.
O presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo (Sesvesp), João Palhuca, afirmou que os animais serão sacrificados caso o Prefeito Fernando Haddad sancione a lei.
Em entrevista ao Estadão, ele afirmou: “vamos ter que achar uma maneira de descartar esses animais”. O uso do verbo DESCARTAR já deixa bem claro a relação que as empresas têm com esses cachorros.
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Segundo Rosângela Ribeiro, gerente programas veterinários da World Animal Protection, declarações como essa só mostram o quanto a lei é importante. “Isso evidencia o total descaso em relação a esses bichos, eles não têm a menor ética. Estão dizendo isso para pressionar que a medida não seja aprovada, mas a legislação não permite que as empresas sacrifiquem os animais”.
O artigo 32 da Lei 9605, que trata de crimes ambientais, afirma que não é permitido ferir, mutilar ou matar animais domésticos.
“Você não pode simplesmente sacrificar um animal saudável, não faz o menor sentido. Não podemos esquecer que os cães serviram a essas empresas até agora. Eles são responsáveis por cuidar dos bichos. Se não puderem fazer isso devem encaminhar para adoção, não matar”, diz Rosângela.
Ela diz ainda que os órgãos de proteção devem ficar atentos para evitar que a lei seja usada como justificativa para a matança. “Está acontecendo agora uma feira de segurança privada que trouxe mais de 300 inovações tecnológicas. Em pleno século 21 não tem porquê usar animais para fazer guarda patrimonial”.