Entenda por que Michel Teló errou ao usar o “blackface” contra o racismo
"Contra todo e qualquer tipo de preconceito", escreveu o cantor nas redes sociais
Em maio deste ano, uma polêmica envolvendo o espetáculo “A Mulher do Trem”, em São Paulo, trouxe o debate sobre o uso da prática “Blackface” em eventos culturais e qual o impacto que esse tipo de intervenção poderia causar. Alvo de protestos e questionamentos, Itaú Cultural e Cia. Os Fofos Encenam decidiram, então, convidar o público a discutir a questão do racismo no teatro.
Na última terça-feira, o cantor Michel Teló, ao tentar promover uma campanha contra o preconceito nas redes sociais, reproduziu o “blackface” e, assim, o episódio retomou a questão que se divide entre a equivocada intenção do artista e a real representação da prática. Sobretudo, em seu contexto histórico.
Para saber mais, retomamos o tema aqui. Confira:
- Entenda a nova lei que equipara a injúria racial ao racismo
- Racismo: Mulher negra é acusada injustamente de roubar roupas na Renner
- A merda que pode dar na democracia se Bolsonaro for reeleito
- Jornalista relata racismo em salão de beleza da Oscar Freire
O blackface surgiu por volta de 1830, quando homens brancos se pintavam de preto – de forma caricata – e se apresentavam para a aristocracia branca com o objetivo de satirizar a população negra.
Anos depois, a prática ganhou popularidade nos cinemas e televisão, como ferramenta de entretenimento cultural. Contudo, como escreveu Djamila Ribeiro, do blog Escritório Feminista, o blackface “serve tanto como estereótipo racista quanto como forma de exclusão, porque se no primeiro caso ridiculariza, no segundo nega papéis a artistas negros”.