Escola de Predadores: o que rola num curso de como ‘pegar mulher’

O repórter Caio Costa, da Agência Pública, participou de um curso de “Pick-up-Artist”, onde outros homens aprendem a “ter sucesso” com mulheres; confira o relato

16/12/2014 15:30 / Atualizado em 04/05/2020 16:41

“Este final de semana vocês não tem uma auto-imagem, deixem o ego de vocês em casa, ele não será útil” (…) “quem resistir a qualquer comando deste bootcamp, vai enfrentar desafios maiores ainda impostos pela gente como retaliação. Mulher não abre a perna pra cara meia-bomba. Nem nós treinamos cara meia-bomba. Tragam a Atitude que sairão HOMENS na segunda-feira”.

Os cursos do tipo se tornaram mais procurados depois que o “Pick-up-Artist” suíço Julien Blanc se tornou conhecido no Brasil, mas sempre existiram. Confira no relato como é um curso desses por aqui.
Os cursos do tipo se tornaram mais procurados depois que o “Pick-up-Artist” suíço Julien Blanc se tornou conhecido no Brasil, mas sempre existiram. Confira no relato como é um curso desses por aqui.

Ilustrado com imagens de Gerard Butler interpretando o Rei Leônidas no filme “300”, o texto fazia parte do kit de saudação aos novos alunos do treinamento (bootcamp) de PUA (Pick-up Artist) – em português, “arte de pegar mulher” – no grupo secreto do BC no Facebook. Recebi um convite para entrar no grupo depois de confirmado o pagamento de R$ 1.200,00 para o curso de fim-de-semana. Ali também estava o cronograma das aulas práticas e teóricas sobre como ter sucesso com as mulheres e o endereço do nosso ponto de encontro na noite de sexta-feira.

Seguindo as orientações do Facebook, cheguei às 20h a casa do instrutor C, pronto para ir para a balada. Vesti camisa de botão, calça jeans e sapatênis pretos – tênis de corrida são “expressamente” proibidos, assim como o consumo de álcool durante todo o fim de semana. Logo na porta, encontrei um jovem alto e moreno, que se apresentou como um de meus colegas de curso. C chegou em seguida e nos levou para dentro de um apartamento térreo no Paraíso.

A decoração da sala se resumia a uma mesa com dois computadores, um pequeno sofá, onde eu e meu colega nos sentamos, e um tripé, provavelmente usado por C para gravar seus vídeos; o canal da empresa no Youtube tem quase 5 mil seguidores. Na parede, havia um pôster de uma mulher vestida de “supergirl”. Entre os objetos na mesa, notei uma caneca com a inscrição “I Love My Penis”.

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