Homem esfaqueia e joga coquetel molotov na própria mãe

Ela tentou impedir uma briga do filho com a nora

12/09/2021 14:23

Um homem de 21 anos esfaqueou a própria mãe, de 46 anos, e ateou fogo na mulher usando um coquetel molotov em Montes Claros (MG). Depois do episódio de violência doméstica, ele ainda roubou um carro e invadiu a escola onde estudou.

A vítima perdeu muito sangue e foi levada à Santa Casa. Segundo familiares, ela está em estado de choque, mas está estável.

Homem esfaqueia e joga coquetel molotov na própria mãe
Homem esfaqueia e joga coquetel molotov na própria mãe - iStock

“Ele discutiu com a companheira e a trancou em um quarto. A mãe dele tentou intervir e levou uma facada no pescoço. Em seguida, ele pegou um coquetel molotov e lançou contra a senhora, que teve rosto e couro cabeludo atingidos”, disse o tenente Clyver Alessandro Oliveira Santos ao G1.

O agressor depredou a escola, em que sofria bullying, e foi preso no local por tentativa de homicídio, furto e dano.

“Ele estudou lá durante todo o ensino fundamental e, conforme pontua os familiares, tinha lembranças negativas”, contou o PM.

Devido a fabricação do coquetel molotov, a polícia levantou a suspeita de que o crime tenha sido planejado.

Saiba como denunciar violência doméstica

O Brasil é o 5º entre os países com as maiores taxas de violência doméstica contra mulheres. São cerca de 900 mil processos desse tipo tramitando na justiça brasileira e 23% deles são pedidos de medidas protetivas de urgência.

Por conta disso, é um consenso entre juízes, promotores e defensores públicos a importância da denúncia. Como especialistas, eles concordam que as queixas funcionam como um freio inibidor da violência e, sendo assim, pode impedir o mal maior: o feminicídio.

Depois do episódio de violência doméstica, ele roubou um carro e invadiu a escola onde estudou.
Depois do episódio de violência doméstica, ele roubou um carro e invadiu a escola onde estudou. - iStock/ Fertnig

Briga de marido e mulher se mete a colher, sim!

Segundo o ditado popular, brigas entre casais devem ser ignoradas por terceiros. Mas vale lembrar que muitos dos casos de violência doméstica não são denunciados pela vítima por inúmeros motivos. Medo ou falta de informação inclusos. Então, meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa desses casos.

Outra situação comum é achar que a denúncia “não vai dar em nada” contra o agressor, uma vez que nem sempre as circunstâncias e as leis permitem que ele seja detido ou punido no momento da denúncia.

Mas não se engane! A presença da polícia no local, por exemplo, pode inibir ações mais violentas naquele momento ou até no futuro.

Mas como denunciar violência doméstica?

Os casos de violência doméstica que viram processos no Poder Judiciário começam em diferentes canais do sistema de justiça, como delegacias de polícia (comuns e voltadas à defesa da mulher), disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas.

É ou conhece alguém que sofre qualquer tipo de violência? Saiba onde e como denunciar:

  • Disque 180

O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.

Os casos de violência doméstica que desembocam no Poder Judiciário têm início em diferentes canais do chamado Sistema de Justiça, como delegacias de polícia, disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas
Os casos de violência doméstica que desembocam no Poder Judiciário têm início em diferentes canais do chamado Sistema de Justiça, como delegacias de polícia, disque-denúncia, promotorias e defensorias públicas - CNJ
  • Disque 100

O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.

  • Polícia Militar (190)

A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade.

Atenção ao protocolo policial! O atendimento presencial de um chamado depende de muitos fatores, como a disponibilidade de uma viatura no momento e uma avaliação da gravidade da situação. A ameaça à vida e à integridade física de alguém são sempre prioridade em relação a outros chamados, por isso, é importante explicar exatamente o que está ocorrendo quando solicitar o atendimento ao 190. Fale se já ouviu outras discussões antes e ligue mais vezes caso a viatura demore a aparecer.

Meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa de casos de violência doméstica!
Meta a colher, sim! Qualquer pessoa pode – e deve – dar queixa de casos de violência doméstica! - iStock/@jacoblund