Estação Ciência discute como o cérebro humano toma decisões

Dia 13 de novembro, às 15h, a Estação Ciência dá continuidade ao ciclo de eventos mensais “Neuro – Ciência, Arte e Filosofia”, com entrada Catraca Livre.

Neste dia será abordado o tema “Como nosso cérebro toma decisões? De Phineas Gage à teoria do marcador somático”, com o convidado Dr. Roelf Cruz Rizzolo.

Rizzolo é professor de odontologia da UNESP, possui pós doutorado em Neurociências pela Facultad de Medicina de la Universidad Autónoma de Madrid, Espanha, e é autor de diversos livros de Anatomia Humana.

“Neuro – Ciência, Arte e Filosofia” são encontros mensais com os maiores especialistas em neurociências que abordam com o público leigo e em linguagem simples e acessível diversos temas relacionados ao funcionamento do nosso cérebro.

As inscrições acontecem através do site.

Resumo

Um 13 de setembro de 1848, como quase todo dia, o jovem Phineas Gage de 25 anos saiu de casa para o trabalho.

A missão do grupo do qual era capataz era explodir grandes rochas para permitir assim a colocação dos trilhos da via férrea. Como de rotina, buracos de uns 30 centímetros eram feitos na pedra e posteriormente preenchidos com pólvora. Para empurrar a pólvora, Phineas utilizava uma barra de ferro de mais de um metro de comprimento e quase três centímetros de diâmetro.

Mas para seu azar, nesse dia ao empurrar a barra de ferro no interior do orifício uma faísca detonou a pólvora. A barra lançada como um projétil atravessou a cabeça de Phineas. O ponto de impacto foi na bochecha. No trajeto, a barra perfurou depois sua órbita empurrando o globo ocular para fora. Destruindo parte do cérebro, finalmente saiu pela região superior do crânio, trás provocar um orifício de quase seis centímetros de diâmetro entre os ossos parietais e frontal. A barra foi parar a uns 20 metros, junto com fragmentos de osso e massa encefálica. Incrivelmente Phineas não morreu. Viveu mais 13 anos e o relato da sua vida modificou de forma profunda nossa percepção sobre o alcance das funções cerebrais.

Com Phineas, o cérebro deixava de ser uma massa gelatinosa que nos ajuda a sentir, enxergar, ouvir e nos movimentar. Foi talvez a primeira evidência científica a indicar que uma parte do cérebro – os lobos frontais danificados no acidente – eram responsáveis por aspectos sutis da nossa personalidade, da emoção e da interação social. A dramática história de Gage foi enfim o marco histórico que alicerçou as bases biológicas para o estudo do comportamento.

Mais de 150 anos depois a história de Phineas Gage continua inspirando neurocientistas de todo o mundo, que tentam entender como nosso cérebro é capaz de gerar coisas tão misteriosas como o comportamento, a cognição e a consciência.