Estado Islâmico pune as mulheres que mostrarem os olhos

Depois que o Estado Islâmico (EI) tomou a cidade de Mossul (Iraque), há mais de dois anos, o código de vestimenta para as mulheres começou a ser imposto. Segundo reportagem do The New York Times, feita por Rukmini Callimachi, nem mesmo os olhos delas podem ser vistos, pois é uma ofensa punível para o regime jihadista.

As regras começaram a ser adotadas gradualmente, até que todas as partes do corpo foram totalmente tampadas, começando com o rosto e depois o restante do corpo, como mãos e pés. No final, terminou com o anúncio em autofalantes de que as mulheres teriam de usar um pedaço de tela negra sobre os olhos.

O Estado Islâmico impôs um código de vestimenta às mulheres de Mossul

Quando caiu em poder do EI, em 10 de junho de 2014, mais de 2 milhões de pessoas moravam em Mossul. Já era uma cidade conservadora, em que a maioria das mulheres já cobria seus cabelos com um véu e os braços com luvas longas.

Três dias após tomar a região, os militantes passaram de porta em porta para distribuir as “leis da cidade” e descrever quando planejavam governar. De acordo com o texto, as mulheres devem usar a abaya (vestimenta) até mesmo dentro de casa e podem tirá-la apenas “em caso de necessidade”.

Cartazes foram pendurados em todo o território controlado pelo Estado Islâmico com uma foto de uma mulher parecendo uma silhueta escura e completamente coberta. Junto, estão as sete exigências sobre como se vestir, destacando que a mulher “não deveria chamar atenção”.

Hoje, quando a polícia encontra uma mulher fora do código de vestimenta, ela emite uma notificação e exige o número de identidade do marido. Depois, ele tem de comparecer a uma audiência com um juiz. A depender da ofensa, o marido é forçado a pagar uma multa de 50 mil dinares (cerca de US$ 40), ou ele ou a mulher são sentenciados a levar chibatadas.

Leia a reportagem na íntegra publicada no Estadão.