Estudante da UFPel faz bolo de aniversário com imagem de Hitler
A universidade disse repudiar “qualquer apologia ao nazismo ou qualquer outra forma de discriminação”
Caroline Gutknecht, estudante do curso de História da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), comemorou o seu aniversário de 24 anos com um bolo com o retrato de Adolf Hitler, ditador alemão que levou o mundo à Segunda Guerra Mundial e principal responsável pelo Holocausto.
A UFPel relatou o caso às autoridades para que as providências adequadas sejam tomadas.
Segundo a coluna de Ancelmo Gois, a deputada Juliana Brizola (PDT-RS) denunciou a apologia ao nazismo ao Ministério Público do Rio Grande do Sul.
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“Em tempos de proliferação do discurso de ódio, manifestações neonazistas e racistas têm surgido em diversos setores da sociedade, causando a necessidade de ações firmes de todas instituições estatais”, lê-se no ofício da parlamentar.
“É intolerável qualquer manifestação, sob um falso argumento de liberdade de expressão, que faça apologia ao nazismo. Estes símbolos trazem consigo as ideias de intolerância, ódio, racismo e extermínio do outro e não podem, de forma alguma, serem admitidos.”
A instituição pediu “cautela necessária, também para que não aconteçam atos injustos, devido a análises intempestivas”.
“A UFPel é contra qualquer forma de enaltecimento ao nazismo, ao fascismo e a autores de crimes contra a Humanidade. Em dias tão tristes como os que estamos vivendo, de pandemia, de afastamento e de crise de valores, precisamos cuidar de nós, cuidar das pessoas à nossa volta, assim como daqueles e daquelas que necessitam do nosso apoio”, diz a nota.
Segundo dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), em 2018 foram 20 investigações de casos de apologia ao nazismo, 69 em 2019 e 110 em 2020. A média é de um inquérito a cada três dias.
Apologia ao nazismo é crime
Vale ressaltar que a apologia ao nazismo é considerada crime no Brasil e está enquadrada na Lei nº 7.716/89, chamada lei do racismo. As punições podem ser de multa à prisão.