Estudante, responsável por denunciar guia de estupro na UnB, é alvo de vingança no DF

Estudante, responsável pela denúncia contra o site, teve o nome divulgado como autor dos novos textos e o telefone

Com informações do site Globo.com 

Responsável por denunciar um “guia” que ensina a estuprar mulheres na Universidade de Brasília, o estudante Pedro Seixlack Veloso de Melo se tornou alvo dos moderadores acusados pelo crime e, agora, vê seu nome assinado em novas publicações da página intitulada “Reis do Camarote”. A polícia civil investiga o caso sob acusação de calote.

Com nota de repúdio emitida pela própria universidade, que em janeiro condenou o grupo “que explicitamente comete crimes de violência sexual, física, psicológica e morar contra a mulher”, os “Reis do Camarote” voltaram a se manifestar nas redes sociais.

Desta vez, em um artigo que explicitava trechos como “homens devem usar o estupro para corrigir feministas” ou recomendando que seus seguidores se infiltrem nas “festinhas de humanas onde está lotado de maconheiros esquerdistas estudantis” e para abusar das mulheres com violência.Trechos de um texto com assinatura de Pedro, que cursou seis semestres de computação na universidade.

Em um misto de racismo e machismo, postagem faz críticas ao estado social democrata e esquerdista na publicação. À direita, postagens que incitam feminicídio

Ao ser apontado como autor do texto, o estudante conta que descobriu o que estava acontecendo após receber mensagens em seu celular, entre elogios e críticas. Pedro credita os ataques à sua denúncia contra a página, acusada de incitar violência, difamatória, que viola a privacidade e promove atividades ilegais, em entrevista ao portal Globo.com.

Estas não foram as únicas postagens publicadas pela página. Desde que ganhou repercussão, em meados de janeiro, conteúdos referentes à violência contra a mulher ganharam as páginas da redes sociais

Site ensina técnicas de tortura e incentivo à violência contra lésbicas

Além dos conteúdos que indicam técnicas de estupro, o site também direciona links para artigos que estimulam a violência com dicas de “tortura psicológica”, “indução ao suicídio” ou tópicos como “esfaquear uma mulher sem usar as mãos”. Posts também incitam os leitores a estuprarem lésbicas, sob a premissa de livrá-las do homossexualismo e de doenças sexualmente transmissíveis: “Salve uma mulher do homossexualismo e da Aids”.