Evangélicos atacam fiéis de religiões africanas e causa revolta
Vídeo, que registrou evangélicos expulsando umbandistas e candomblecistas, alcançou um milhão de visualizações nas redes sociais
Diz o conhecimento popular que “a liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro”. Apesar disso, um grupo formado por ao menos 30 evangélicos (intitulados ‘evangélicos do arrastão de Jesus’), aparentemente, não compartilha da mesma opinião.
Eles foram flagrados expulsando cerca de 15 adeptos da Umbanda e Candomblé, que praticavam um culto no Cemitério de Maruí, no bairro Barreto, em Niterói (RJ). O episódio, ocorrido no último dia 2, causou indignação coletiva nas redes sociais.
No vídeo, os evangélicos, vestidos com camisetas amarelas, aparecem repentinamente entoando gritos como ‘Jesus tem poder’, ‘o nome de Jesus é poderoso’ , ‘o demônio sai’ e ‘feitiçaria sai!’ contra os umbandistas e candomblecistas que ali se reuniam. Acuados pelo maior grupo, acabaram deixando o local.
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Em entrevista ao jornal O Dia, Magno da Conceição, um dos umbandistas expulso, disse que houve tentativa de diálogo com os evangélicos e lamentou a situação. “Foi uma situação humilhante. Nós estávamos ali num ato de louvor, em homenagem aos nossos antepassados, como sempre fazemos, quando essa turma, que se intitulou ser ‘evangélicos do arrastão de Jesus’, chegou aos berros, nos expulsando do lugar”.
Ato pede liberdade religiosa
O caso será registrado nesta terça-feira, 6, na Polícia Civil e também contará com investigação da Comissão Combate à Intolerância Religiosa(CCIR). O grupo evangélico pode responder a crimes como vilipêndio religioso a constrangimento ilegal.
Nesta quarta-feira, 7, a partir das 10h, religiosos e defensores da cultura afro se reunirão em um protesto m frente à estação das Barcas de Niterói. Além disso, no próximo domingo, a partir das 10h, uma caminhada contra a intolerância religiosa se concentrará na Praça do Barreto com destino ao Cemitério de Maruí.
Saiba como denunciar casos de intolerância religiosa
“O Ministério dos Direitos Humanos (MDH) possui um serviço de atendimento específico para violação de direitos humanos. Por meio do Disque 100, que funciona 24 horas, todos os dias da semana, o cidadão pode denunciar todo tipo de ato dessa natureza – entre eles, naturalmente, o desrespeito à diversidade religiosa.
O serviço também funciona pela internet, para comentários ou posts on-line, na página www.disque100.gov.br. Basta selecionar o tema da denúncia, inserir o link e o comentário denunciado. Tanto as ligações recebidas pelo Disque 100 quanto os registros pelo site podem ser anônimos e sigilosos.