Ex de Jairinho revela conversa logo após morte de Henry: ‘Como se nada’

A antiga namorada do vereador ainda revelou à polícia que ele dava remédio para ela dormir

Uma ex-namorada do médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), contou, em depoimento à policia, que, às 11h46 do dia 8 de março – seis horas e quatro minutos após a morte do enteado do vereador, Henry Borel Medeiros, ser atestada, que eles conversaram “como se nada tivesse acontecido”.

Ex de Jairinho revela conversa logo após morte de Henry: ‘Como se nada’
Créditos: Reprodução
Ex de Jairinho revela conversa logo após morte de Henry: ‘Como se nada’

No depoimento, a mulher que é estudante e tem 34 anos, contou que Dr Jairinho lhe enviou mensagens para saber sobre o resultado de um exame laboratorial que ela iria realizar após se queixar de ardência ao urinar.

De acordo a ex de Jairinho, o ‘padrasto’ de Henry Borel teria escrito no WhatsApp: “Preciso saber o que deu no antibiograma. Tem que tratar, tem que tratar”. Ela contou que não fez o exame e foi reprendida: “Que loucura é essa?”.

Em nenhum momento Jairinho comentou sobre a morte de Henry, contou a ex-namorada. Ela ainda contou que só ficou sabendo do falecimento do menino por amigos em comum e, depois, pela imprensa.

Ao ser intimada para depor, a ex-namorada do vereador contou que ligou para a irmã de Jairinho, e que depois ele mesmo retornou o telefonema. Ela disse que o vereador a orientou a “ficar tranquila”, pois precisaria apenas contar como foi o relacionamento deles e se ele era agressivo.

A ex de Jairinho ainda reafirmou que neste outro contato, ele continuou sem falar sobre a morte de Henry, ou sobre estaria se sentindo.

Remédio para dormir

Ainda no depoimento, a ex-namorada de Jairinho revelou que em uma das viagens que fez com o parlamentar e sua filha para Mangaratiba, no litoral do Rio de Janeiro, o vereador a incentivou a tomar um “remedinho para dormir”. Segundo ele, esses incentivos aconteceram algumas vezes.

A mulher disse que desconfiou da iniciativa de Jairinho. Ela achou que o vereador lhe dava a medicação para conversar com a ex-mulher sem ser notado. Por isso, decidiu simular que tomava o remédio, escondeu o comprimido no travesseiro e fingiu que estava dormindo.

Após notar que o médico se levantou da cama, a ex de Jairinho esperou alguns minutos e foi atrás dele. Chegando na sala, ela viu o vereador segurando sua filha pelos braços, enquanto a menina estava em pé sobre o sofá.

A ex-namorada de Jairinho reforçou no depoimento que o vereador segurava a menina, mas não estava fazendo nada agressivo, mas mesmo assim, percebeu que a filha estava assustada. Ao perceber que a mulher viu a situação, o parlamentar afirmou que a menina teria tido um pesadelo e acordado.

Entenda o caso Henry Borel

Henry Borel morreu após ter sido encontrado pela mãe caído em um dos quartos do apartamento ondem moram.

Outras imagens reveladas na semana passada mostraram que Henry chegou aparentemente bem e com saúde ao condomínio.

Segundo informações do G1, a polícia analisou imagens de câmeras de segurança de um shopping, onde o menino esteve com o pai antes de ir para a casa, além das gravações do condomínio onde a criança morava com a mãe. Em todas elas, o menino aparentava estar bem e sem lesões.

Em depoimento à polícia, o vereador Dr. Jairinho disse que ao chegar em casa, por volta de 10h, ele encontrou Monique, a empregada e uma assessora conversando, e que a namorada havia contado para Rosangela o que tinha acontecido.

A polícia investiga se o menino morreu por acidente ou se foi vítima de violência. O laudo do IML apontou lesões graves no corpo do garoto.

Segundo o laudo hospitalar sobre o corpo, Henry Borel apresentava as seguintes condições ao chegar ao hospital:

– múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
– infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, – lateral e posterior da cabeça;
– edemas no encéfalo;
– grande quantidade de sangue no abdome;
– contusão no rim à direita;
– trauma com contusão pulmonar;
– laceração hepática (no fígado);
– hemorragia retroperitoneal.