Ex-mulher acusou Bolsonaro de furto de cofre e agressividade
A revista Veja teve acesso a um processo de cerca de 500 páginas envolvendo o candidato do PSL à Presidência da República
A revista Veja teve acesso a um processo de cerca de 500 páginas, protocolado em abril de 2008, que traz detalhes da separação litiginosa do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e da ex-mulher, Ana Cristina Siqueira Valle.
Segundo a reportagem de capa, divulgada na noite desta quinta-feira, 27, além da disputa pela guarda do filho do casal, o caso incluiu acusações de furto de cofre com R$ 1,6 milhão, ocultação de bens e relatos de “comportamento explosivo” e “desmedida agressividade” do deputado federal.
A primeira acusação de Ana Cristina é que Bolsonaro teria ocultado milhões de reais em patrimônio pessoal na prestação de contas à Justiça Eleitoral em 2006, quando foi candidato a deputado federal, e eleito. Ele declarou R$ 433.943, mas a ex-mulher anexou uma relação de bens e de imposto de renda que somava um patrimônio de R$ 4 milhões.
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De acordo com a revista, Ana também acusou o ex-marido de furtar US$ 30 mil e mais R$ 800 mil — R$ 600 mil em joias e mais R$ 200 mil em dinheiro vivo — de um cofre que ela mantinha em agência do Banco do Brasil, em 26 de outubro de 2007. No mesmo dia, o caso foi registrado em um boletim de ocorrência na 5ª Delegacia de Polícia Civil.
A ex-mulher ainda declarou que a renda mensal do deputado na época chegava a R$ 100 mil, pois ele recebia “outros proventos” além do salário de parlamentar.
As acusações de Ana Cristina também incluem o caso revelado pela Folha de S.Paulo na tarde desta terça-feira, 25. Segundo o Itamaraty, ela teria sido ameaçada de morte pelo deputado em 2011 – motivo que a levou a deixar o país. Como prova, consta um telegrama arquivado no órgão.
Conforme revelou a Folha, Bolsonaro acionou o Itamaraty por causa da disputa de guarda do filho do casal, Jair Renan, que acontecia em paralelo ao desenrolar do caso do cofre. De acordo com a Veja, enquanto a ex-mulher o acusava de furto do cofre, o deputado dizia que Ana Cristina tinha sequestrado o filho.
Atualmente, Ana usa o sobrenome Bolsonaro e concorre a deputada federal pelo Podemos. Ela nega as acusações e defende o ex-marido.
Questionada pela revista, a ex-mulher não explicou sobre como resolveu o litígio com Bolsonaro e passou a apoiá-lo publicamente. “Quando você está magoado, fala coisas que não deveria”, disse. Sobre as joias, afirmou: “era coisa minha, que juntei. Coisas do meu ex-marido, joias que ganhei do Jair”.
Procurado pela Veja, o candidato do PSL não respondeu.