Exército fuzilou carro e matou músico por engano, diz delegado
Foram feitos mais de 80 disparos contra o veículo em que estava a família da vítima, segundo a Polícia Civil
Um homem morreu após nove militares do Exército fuzilarem o carro em que estava na Estrada do Camboatá, em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro, na tarde deste sábado, 6. Foram feitos mais de 80 disparos contra o veículo, segundo a Polícia Civil. A vítima, o músico Evaldo dos Santos Rosa, estava acompanhado da esposa, do filho de 7 anos, do sogro e de outra mulher.
O delegado Leonardo Salgado, da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, afirmou neste domingo, 7, que “tudo indica” que os militares atiraram ao confundirem o automóvel com o de assaltantes.
“Foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados, e tudo indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma. Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de bem, que acabou sendo vítima dos militares”, disse o delegado em entrevista à TV Globo.
- Beber água na garrafa de plástico aumenta a pressão? Veja o que diz a ciência
- 3 destinos incríveis para viajar em março no Brasil e aproveitar muito
- Falta de higiene bucal pode aumentar risco de câncer de cabeça e pescoço
- Universidade da Espanha oferece 30 bolsas para brasileiros
A perícia foi realizada pela Polícia Civil, pois os militares não conseguiram fazê-la devido à revolta dos moradores que testemunharam o crime.
A família estava em um carro branco que foi confundido com um outro da mesma cor que passou momentos antes, de acordo com testemunhas.
Evaldo, de 51 anos, morreu na hora. O sogro dele, Sérgio, ficou ferido ao ser baleado nos glúteos. Seu quadro é estável. A esposa, o filho de 7 anos e a mulher não se feriram. Além da família, um pedestre que passava no local ficou ferido ao tentar ajudar, mas não há informações sobre seu estado de saúde.
Os militares envolvidos no crime foram ouvidos pelo próprio Exército, que entendeu que a investigação deveria ser militar. A Polícia Civil vê indícios para prisão em flagrante.
Após a morte de Evaldo, o Comando Militar do Leste (CML) negou que tenha atirado contra uma família e reiterou que respondeu a uma “injusta agressão de assaltantes”. Em outro comunicado, informou que o caso estava sendo investigado pela Polícia Judiciária Militar com a supervisão do Ministério Público Militar.