Exposição Frestas mostra composições de sombra e luz
No dia 20, o artista plástico Maurício Parra abre a exposição Frestas, no Espaço Gabriel 470 a partir das 19h. Maurício levou um tempo para perceber que a pintura era fundamental em sua vida. A transição entre deixar de ser arquiteto e assumir definitivamente a arte no seu cotidiano só aconteceu de fato quando começou a freqüentar, no final da faculdade, o ateliê do artista Rubens Matuck . Lá, começou a estudar tanto as técnicas de desenho como a construção do suporte para telas e o manejo das cores.
Nessa época, além de ir ao estúdio para aprender mais sobre pintura, estudava a parte teórica no curso de pós-graduação de história da arte na PUC. “Foram dois anos em que parei de produzir para absorver e testar todo o conhecimento que eu estava ganhando”, relata.
Como a maioria dos desenhistas e pintores, o interesse pelo tema nasceu cedo, aos sete anos pediu ao pai um curso na área, mas aos 11 teve de parar de pintar por conta de uma alergia à tinta. “Fiquei praticamente sem usar os pincéis até entrar na faculdade de arquitetura, as aulas de artes plásticas despertaram a minha grande paixão pelos quadros que estava adormecida”, conta.
Depois de estudar profundamente o assunto, voltou aos pincéis e trouxe para as telas, que ele próprio constrói com linho e cola de coelho, os objetos mais próximos a ele – cadeiras, guarda-chuva e alicates são frequentemente re-pintados à tinta óleo até atingir o resultado final.
Com algumas exposições individuais e coletivas no currículo, Maurício entende muito bem como funciona o seu processo de criação: sempre explorando novas formas de tingir os seus quadros e gravuras com os tons terrosos muito comuns em suas obras, o artista transpõe os temas das suas séries para segundo plano, mas no fundo são eles que determinam as técnicas
Nesta exposição, ele apresenta uma série nova em que testa as sombras e luzes. Mesmo longe das habituais cadeiras e objetos presentes nas últimas peças, os detalhes característicos dos seus traços se apresentam nas frestas, quinas e escadas dos seus desenhos, delicadamente pincelados em seu ateliê na Pompéia.