Extremistas russos ofendem mulheres vítimas de assédio na Copa
A expressão "buceta rosa", usada no vídeo em que brasileiros ofendem uma estrangeira, virou hashtag e nome de grupos nas redes sociais
Após a repercussão do vídeo de assédio de torcedores brasileiros contra uma mulher, a expressão “buceta rosa” começou a ser usada por ultranacionalistas russos na internet. De acordo com uma reportagem da BBC, as palavras viraram hashtag e nomeiam grupos que já reúnem milhares de pessoas, principalmente homens, em aplicativos e na rede social VK (similar ao Facebook criado na Rússia).
Nas comunidades, os extremistas culpabilizam as mulheres pelos abusos e criticam seu comportamento, afirmando que ele ofende a “masculinidade dos patriotas”.
A estrangeira do primeiro vídeo foi identificada por membros da VK, que também se reúnem pelo aplicativo Telegram. Em um dos ataques, ela foi chamada de “vergonha para o país” e “Natashka”, em referência ao termo usado por turcos para prostitutas de origem eslava.
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A jovem teve que apagar seu perfil da rede social. No entanto, os participantes já haviam reunido fotos da mulher e as publicaram em vídeos que divulgam seu nome, idade, local de nascimento e moradia.
Russas que aparecem dançando ou beijando torcedores brasileiros, argentinos e peruanos em vídeos também têm seus perfis expostos nos grupos e publicações com a hashtag “B… rosa”. “Vocês não são mulheres. São apenas orifícios”, diz um dos posts.
A ativista Alena Popova, que criou uma petição exigindo punição aos brasileiros identificados nas imagens, está sendo atacada por membros dos grupos.
A comunidade “B… Rosa” se define como uma página de humor, “sem o propósito de ofender quem quer que seja”. Mas, dentro dos grupos, as postagens vão além do machismo. Em uma publicação, brasileiros e outros latino-americanos são chamados de “macacos” e “imundos”.
Confira a reportagem na íntegra.
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