Facebook bane foto de médico cubano por atividade sexual e nudez
Esse é mais uma daqueles absurdos do Facebook. Essa foto acima que mostra um médico cubano no Brasil foi censurada.
Motivo: “viola os padrões sobre nudez ou atividade sexual”.
Mas não se vê nada de nudez ou atividade sexual.
A foto é a capa do livro do fotógrafo Araquém Alcântara. Ele, em 2015, percorreu o Brasil para mostrar o trabalho a dos médicos cubanos.
A foto banida foi tirada em aldeia Jutaí em Borba (AM).
Não é a primeira vez esse tipo de de absurdo acontece – quem veta é um robô.
Foi censurado um post de um museu italiano, promovendo exposição do escultor Auguste Rodin por considerar a imagem da icônica estátua ” O Beijo ” um conteúdo impróprio.
Essa foto abaixo foi censurada no Facebook, considerada de apelo sexual. Fazia parte do anúncio da exposição “A construção do patrimônio”, na Caixa Cultural do Rio.
Não é um caso isolado de absurdos.
A veterana atriz Maria Alice Vergueiro, 82 anos, virou notícia nas redes sociais: seus seios foram censurados. Ela já tinha feito polêmica nas redes com o vídeo “Tapa na Pantera”, mostrando-se como uma maconheira inveterada.
Sua foto foi colocada no Instagram, controlado pelo Facebook, por causa de uma reportagem publicada na revista Serafina, da Folha de S. Paulo.
Essa amamentação virou um escândalo nas redes sociais. Uma mulher, nos Estados Unidos, postou fotos no Facebook em que aparece amamentando o seu filho e a bebê de uma outra mulher. Zero de pornografia ou sexismo. Motivo do barulho: sua conta suspensa na rede social.
Ela resolveu dar o seu leite ao outro bebê por solidariedade: a mãe estava sendo submetida a cirurgia e a criança não estava aceitando a mamadeira.
“Quando a bebê chegou ela estava faminta, exausta e precisando apenas de leite. Fiz o que espero que qualquer outra pessoa faça pelo meu filho em um momento de desespero. Eu alimentei o bebê de uma estranha”, escreveu a americana.
As fotos repercutiram bastante e Rebecca foi acusada de “irresponsabilidade”. Os seus críticos argumentam que ela podia ter infectado a bebê de uma outra mulher. Além disso, continuaram eles, o correto seria recorrer a banco de leite.
O protesto funcionou . Maior jornal da Noruega, o Aftenposten publicou uma carta aberta ao diretor-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, criticando a decisão da rede social de censurar uma foto histórica da guerra do Vietnã, que mostra a menina Kim Phuc correndo nua para fugir de um ataque com o agente químico, altamente inflamável, desfolhante napalm.
“Para ser honesto, eu não tenho ilusões de que você irá ler esta carta. A razão pela qual eu ainda assim faço esta tentativa é porque estou chateado, decepcionado — bem, na verdade até mesmo temeroso — com o que você está prestes a fazer com um dos pilares da nossa sociedade democrática”, escreveu Hansen. “Eu estou preocupado que o mais importante meio do mundo está limitando a liberdade, em vez de tentar estendê-la, e que isso ocasionalmente acontece de forma autoritária. ”
O apelo deu certo e a imagem foi liberada, com uma justificativa do Facebook:
“Neste caso, reconhecemos a história e a importância global desta imagem em documentar um momento particular”, disse a empresa em nota. “Por causa de seu status de imagem icônica de importância histórica, o valor de permitir seu compartilhamento pesa mais do que o de proteger a comunidade com sua remoção. Então decidimos restabelecer a imagem de onde temos conhecimento de que ela foi removida.”
Pai e filho
Um outro caso de foto censurada no Facebook é essa imagem um pai segurando o filho doente debaixo do chuveiro. A fotógrafa, Heather Whitten, quis dividir na rede social a dedicação de seu marido, Thomas, para tentar diminuir a febre da criança. Confira:
Obras de arte
Obras de arte também são vetadas nas redes sociais. Um estudo da USP mostra uma série de discrepâncias. As fotos abaixo, por exemplo, foram retirada do ar. Estão aí obras primas como o “Nascimento de Vênus”, de Botticelli e “A Origem do Mundo”, de Coubert. Ou imagens de tribos africanas (Sebastião Salgado), protestos contra a homofobia, uma foto histórica de Nina Simone. Está também uma angelical amamentação.
Wilheim Rodrigues tirou 10 em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado na USP/ECA, ao defender a ideia de que existe um conteúdo político que sustenta essas censuras, salientando que as definições de pornografia são vagas e sujeitas à manipulação.
Algumas normas já foram flexibilizadas: fotos de amamentação, por exemplo. Além de existir um esforço – nem sempre bem-sucedido – de imagens de arte. Um exemplo recente: a Pequena Sereia, escultura mais clicada na Dinamarca, foi vetada por causa da “nudez”.
Leia a íntegra do TCC aqui.