Facebook exclui páginas que propagavam fake news ligadas ao MBL

Ao todo, foram desativadas 197 páginas e 86 perfis falsos, em uma rede de fake news ligadas ao MBL

Na luta contra a propagação de notícias falsas durante os meses que antecedem as eleições de outubro, o Facebook anunciou a exclusão de 196 páginas e 87 contas criadas para disseminar fake news na rede social. A rede, alvo da operação, foi associada ao Movimento Brasil Livre (MBL).

Em nota, a empresa comentou sobre a ação: “foi desmobilizada uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook, e escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação”.

Na tarde desta quarta-feira, 25, o Ministério Público Federal (MPF) anunciou um prazo de 48 horas para que o Facebook apresente uma relação com das 196 páginas e 87 perfis excluídos da rede social. A empresa é acusada  de violar as “políticas de autenticidade” e atuar para promover a “desinformação”.

O ofício assinado pelo procurador da República, Ailton Benedito, ressalta que as informações são “imprescindíveis à atuação” do MPF. Apesar disso, o Facebook não é obrigado a se manifestar. Numa eventual negativa da empresa, o MPF poderá recorrer à Justiça para obter as informações. Segundo apuração da revista Veja,  Ailton Benedito já acusou o Facebook de ser o “comando de caça aos conservadores durante as eleições”.

Um projeto do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso a Informação da USP, que mapeia o ecossistema de debate político na internet, fez uma análise sobre a iniciativa do Facebook. “Em nosso monitoramento não encontramos mais do que vinte páginas do grupo em atividade que produziam em média 126 postagens por dia e somavam 150 milhões de interações só no ano passado. Essa desproporção entre o que estava em atividade e o que caiu agora nos sugere que o Facebook identificou a criação de uma rede de páginas novas que provavelmente seriam usadas no período eleitoral”.

Na varredura, uma das páginas desativadas pelo Facebook respondia ao nome de “Jornalivre”, também ligada ao MBL, com cerca de 128 mil seguidores/ Reprodução: Tecmundo
Na varredura, uma das páginas desativadas pelo Facebook respondia ao nome de “Jornalivre”, também ligada ao MBL, com cerca de 128 mil seguidores/ Reprodução: Tecmundo

Jornalivre

Na varredura, uma das páginas desativadas pelo Facebook respondia ao nome de “Jornalivre”, também ligada ao MBL, com cerca de 128 mil seguidores. Em suas publicações, a página se dedicava ao ataque de políticos e personalidades por meio de abordagens sensacionalistas e outras estratégias de persuasão dos simpatizantes. Nomes como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a vereadora Marielle Franco (Pscol) foram, recorrentemente, citados pela página.

Outro lado

Em nota publicada no Facebook, o MBL alega que “o Facebook está excluindo páginas de direita” e anunciou a criação de um grupo em outra rede social. Estima-se que a ação do Facebook tenha derrubado ao menos 500 mil seguidores do movimento. 7