Família de Moïse ganha concessão de quiosque onde congolês foi morto

No entanto, a prefeitura não informou quando isso será feito

07/02/2022 18:47

A família do congolês Moïse Kabagambe, 24 anos, receberá a concessão do quiosque onde o jovem foi brutalmente assassinado no mês passado na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. O anúncio foi feito nesta segunda-feira, 7, pelo prefeito Eduardo Paes (PSD).

Além do Tropicália, o quiosque ao lado, o Biruta, também será administrado pela família de refugiados. No entanto, a prefeitura não informou quando isso será feito.

Ideia da prefeitura carioca é transformar o local num memorial em homenagem a Moïse Kabagambe
Ideia da prefeitura carioca é transformar o local num memorial em homenagem a Moïse Kabagambe - Divulgação/PMRJ

Segundo a Secretaria Municipal de Fazenda e Planejamento, a ideia é transformar o local num memorial em homenagem à cultura africana. O espaço também poderá ser utilizado para exposições de arte e apresentações musicais típicas, além da realização de feiras de artesanato.

Em nota, a Prefeitura do Rio disse que o contrato de concessão com os atuais operadores dos quiosques está suspenso, durante a investigação do crime e que, “caso se comprove que eles não têm qualquer envolvimento no crime, a Orla Rio –empresa que administra os espaços– discutirá a transferência para outro local”.

Mudanças preveem transformar quiosques em centro de referência da cultura africana
Mudanças preveem transformar quiosques em centro de referência da cultura africana - Divulgação/PMRJ

Segundo a prefeitura, a família de Moïse vai receber treinamento e capacitação para no setor de alimentação, que será oferecido em parceria com a Orla Rio, Sesc, Senac e organizações sociais.

A morte bárbara de Moïse

Moïse Mugenyi Kabagambe foi espancado até a morte por vários homens depois de cobrar R$ 200 por duas diárias de trabalho não pagas no quiosque Tropicália.

O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi brutalmente assassinado no Rio
O congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, foi brutalmente assassinado no Rio - Reprodução/Twitter

As agressões duraram pelo menos 15 minutos e foram gravadas pelas câmeras de segurança do quiosque (veja abaixo), que fica próximo ao Posto 8. Os agressores usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol.

As imagens mostram que Moïse em nenhum momento tentou agredir os homens que o atacaram. O rapaz teve os pés e as mãos amarrados com um fio depois de sofrer uma sequência de agressões.

O congolês foi encontrado por policiais militares já sem vida em uma escada do quiosque Tropicália.

Laudo do Instituto Médico Legal (IML) que Moïse morreu de traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, causada por ação contundente.