Família de Olavo de Carvalho foi aprovada no Bolsa Família

No mesmo ano em que teve seu nome aprovado no Bolsa Família, nora e filho de Olavo de Carvalho foram morar numa pousada em Jericoacoara.

06/12/2018 11:59

A guerra entre Olavo de Carvalho e sua filha Heloísa trouxe um fato: a família do filósofo estava inscrita no Bolsa Família de 2013 a 2016, gerando uma investigação do Ministério Público Federal.

Para ter direito ao benefício a renda deve variar entre R$ 85,01 ( extrema pobreza) e R$ 170,00 por pessoa.
Quem teve a inscrição aprovada foi Stephanie Ferro, casada com Davi, filho do filósofo – atualmente ambos moram em Curitiba.
Ela já era, na época, bacharel de direito, aprovada na PUC do Paraná. Em 2015, Stephanie e seu marido passaram 6 meses dos Estados Unidos.
A comprovação está em documento do Ministério Público.

O Ministério Público investigou o caso depois da nora do filósofo ser acusada de “estelionato” – a acusação foi feita por Heloísa, filha de Olavo de Carvalho.

O caso foi arquivado porque, nesse período, ela não fez nenhum saque, embora o dinheiro estivesse sendo depositado.

O arquivamento não elimina a suspeita de como se consegue driblar os limites do Bolsa Família.  Por isso, Heloísa, bacharel em direito,   entrou com ação acusando a cunhada de flagrado o governo, ao supostamente entregar comprovação falsa de renda.

Depois de deixar Atibaia, onde morava e obteve aprovação do Bolsa Família, Stephanie foi morar em Jericoacoara , onde sua mãe, Rosely,  tem a Pousada Portugal. Foi no mesmo ano em que teve aprovado seu nome do Bolsa Família.

Afinal, na época da concessão do benefício, Stephanie já era bacharel de direito, aprovada na PUC.

Olavo de Carvalho emprestou sua página no Facebook para ajudar na defesa da nora.

Aqui a íntegra da defesa:

A despeito da minha manifesta preguiça de desmentir pessoas com sérios problemas psiquiátricos, me vi em posição de ter de responder perguntas sobre o Bolsa Família Gate. Então, caro coleguinha, preste muita atenção, pois essa é a primeira e única vez que tal assunto ocupará um espaço precioso da minha timeline. Prepare a pipoca e o guaraná e senta que lá vem história.
O ano era 2012. Eu morava em Atibosta, como carinhosamente chamo aquela cidade-lixo, com o Davi e o Mateus, meu filho mais velho. Nós vivíamos na mais absoluta merda, financeiramente falando. Nosso aluguel era pago pelo padrasto dele, e não foram poucas as vezes em que ele trocou um quadro em marchetaria por uma compra de mercado, utilizando material que ele tinha guardado, pois nem o dinheiro para novas folhas de madeira nós tínhamos. Eu era recém formada em Direito, e estudava para a prova da Ordem. Procurei muito um emprego em algum escritório naquele fim de mundo, mas nunca consegui. Nesse ínterim, engravidei do Miguel, meu filho mais novo. Grávida, numa cidade pequena e sem conhecer ninguém além da família do Davi, tornou-se realmente impossível conseguir qualquer trabalho que fosse.
Nós vivíamos da ajuda de familiares dele e meus, e todos os meus extratos bancários da época podem mostrar que quando recebíamos R$ 500 num mês era muito. Por volta do terceiro mês de gestação, as inscrições para o IX Exame da Ordem estavam para ser abertas e eu não tinha um mísero real para pagar a taxa, que na época era de R$ 200. Todos que já cursaram ou sabem como funciona do curso de Direito, sabem que sem a carteira da OAB não servimos para nada, e se eu queria um emprego em algum escritório para ter uma renda mensal, eu absolutamente precisava prestar a prova.
Na época existia (como imagino que ainda deve existir) um programa de isenção da taxa para quem não possa pagar, que está condicionado a um cadastro na assistência social da prefeitura, chamado NIS (número de inscrição social). Sem esse número, eu não conseguiria a isenção, por isso me dirigi até a AS de Atibosta a fim de realizar o bendito cadastro e então pedir a isenção da taxa. Essa foi a única finalidade da minha ida até lá.
Realizei o cadastro, levei todos os documentos que me pediram (extrato bancário, certidão de nascimento do Mateus, comprovante de residência e etc.), e assinei, também, uma caralhada de papéis, inclusive um onde declarava que eu tinha formação superior e era bacharel em Direito, mas jamais pedi a porra do Bolsa Família. Lembro que a moça que me atendeu, enquanto realizava o cadastro, passou todos os dados financeiros para o sistema e me disse, em alto e bom som, que a minha família não entraria para o PBF, pois a nossa renda ultrapassava o limite. A minha resposta foi que não havia problema, pois não era esse o objetivo do cadastro.
Com o NIS em mãos, fiz a inscrição no Exame, pedi a isenção e consegui. Fui aprovada na primeira fase, e fiz a segunda fase em 24 de fevereiro de 2013, grávida de 8 meses. Em 22 de março de 2013, exatamente 10 dias antes do nascimento do Miguel, saiu o resultado e eu fui aprovada. Não vou me dar ao trabalho de procurar o resultado da lista de isenção nem do Exame, para colocar aqui, mas fique a vontade se quiser fazer.
Quando o Miguel nasceu, levei a certidão de nascimento dele até a AS, conforme orientação da atendente, pois declarei que estava grávida quando fiz o cadastro, por isso era obrigatório que eles tivessem uma cópia da certidão. Com a chegada dele, obviamente a nossa renda familiar per capita diminuiu e foi aí que nos classificamos para receber o Bolsa Família.
Porém, aqui é importante ressaltar que, a concessão ou não do benefício está sujeita a uma visita da assistente social, para verificar a situação real da família. Nós nunca recebemos tal visita, e depois que entreguei a cópia da certidão do Miguel, nunca mais pisei na AS de Atibosta.
No final de julho de 2013, nos mudamos para o interior do Ceará e finalmente larguei pra trás aquela cidade lazarenta. Aliás, apenas para constar, a única coisa de bom que eu tenho daquele lugar, é o Miguel.
Retomando, quando fomos aos EUA visitar o Olavo, em 2015, foi que eu descobri que o benefício tinha sido liberado e existiam valores que podiam ser sacados. Agora, amiguinho, você sabe que só se saca o benefício com o cartão do Bolsa Família? Pois é, eu nunca recebi o cartão, e se foi enviado para o endereço de Atibosta, foi devolvido pois já não morávamos lá. Como eu sabia que se não houvesse saque, eventualmente o benefício seria cancelado e os valores retornariam aos cofres públicos, deixei rolar, até por estar a milhares de quilômetros da cidade e evitar ao máximo pisar naquele lugar de novo.
Logo, o meu grande crime nessa história toda, foi esquecer de uma coisa a qual eu realmente não dava importância porque não era o meu objetivo.
Agora que você sabe da história, coleguinha, pare de encher o meu saco perguntando quantos perfumes franceses eu comprei com o dinheiro do Bolsa Família.
Diferente do que se fala em algumas bocas podres por aí, EU NÃO ERA ADVOGADA quando fiz a solicitação do NIS. Mas, diferente também de algumas pessoas podres por aí, EU PASSEI NA OAB e hoje eu sou advogada e se eu atuo ou não, é problema meu. A grande diferença entre nós é que eu posso atuar se quiser, enquanto umas e outras por aí tem que ficar na sombra dazamiga.
Finalizando o mega texto e levando o grau de infantilidade ao máximo: EU TENHO CAPACIDADE POSTULATÓRIA, VOCÊ NÃO TEM”