Família mostra vídeo de brasileira na Ucrânia antes dela sumir

“Ontem a internet foi cortada, a energia também, então ficamos sem internet, sem energia", disse Silvana Pilipenko, no último contato com familiares

A família da paraibana Silvana Pilipenko, que vive na Ucrânia e está desaparecida desde 3 de março, publicou o último vídeo enviado por ela relatando a situação. Silvana mora na cidade portuária Mariupol com o marido, e não dá notícias há 12 dias. O vídeo foi enviado para a família no último dia 2 de março.

Família mostra vídeo de brasileira na Ucrânia antes dela sumir
Créditos: Silvana Pilipenko/Reprodução G1
Família mostra vídeo de brasileira na Ucrânia antes dela sumir

Silvana é casada há 26 anos com o ucraniano Vasyl Pilipenko, capitão da marinha mercante. Eles se conheceram em uma festança em Santos, em São Paulo, e, dois meses, se casaram na Paraíba.

No vídeo, a paraibana disse que a cidade de Mariupol estava cercada e, por isso, não tinha como como sair de lá.

“A cidade está cercada pelas forças armadas, todas as saídas estão minadas, então é impossível tentar sair daqui nesse momento. Basicamente Mariupol faz fronteira com a Rússia, o país atacante, então não podemos seguir nessa direção. Se fôssemos para outra direção, no sentido Polônia ou Hungria, teríamos que atravessar todo território, o que não seria viável diante das circunstâncias e da distância”, explicou.

Ela também falou que a comunicação poderia ser ficar difícil por conta da falta de energia elétrica.

“Ontem a internet foi cortada, a energia também, então ficamos sem internet, sem energia, nossos celulares ficaram sem bateria, o computador também, o apartamento ficou sem aquecimento”, disse na gravação.

Apesar da dificuldade, Silvana conseguia se comunicar todos os dias até 3 de março. Ela ligou para a família e, depois, não fez mais nenhum tipo de contato.

De acordo com a sobrinha de Silvana, Maria Beatriz, o governo brasileiro apenas informa que há um grupo em um aplicativo de mensagem para que os brasileiros possam entrar em contato e, desse modo, pegar um trem para tirá-los da Ucrânia pela Polônia e, depois, um voo para o Brasil. No entanto, os cidadãos brasileiros precisam de internet para conseguir entrar em contato. Não há uma equipe específica dentro do país para retirar os brasileiros.

A família acompanha grupos internacionais em busca de informações sobre bombardeios na rua em que ela ficava, mas não conseguiu nenhuma informação até o momento.

Os familiares também entraram em contato com a embaixada do Brasil e com a Frente Brazuca para pedir notícias, mas também não teve sucesso.

Por meio de nota, o Itamaraty disse que tem conhecimento sobre o caso e, por meio do escritório de apoio em Lviv, tem mantido contato regular com familiares de Silvana. Também disse que organizações internacionais de apoio humanitário presentes na cidade já foram acionadas para tentar achá-la, porém que não teria autorização para passar mais detalhes.

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