Fazia 20 anos que o Brasil não tinha tantos candidatos LGBT
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não pede que os candidatos informem a sua orientação sexual, mas segundo a ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) desde 1996 que o Brasil não tinha tantos candidatos declarados. No total, são 215 políticos LGBT, mas os dados não são oficiais.
Este número representa apenas 0,04% do total de candidatos à prefeitos, vereadores e vices. Um quantidade ainda pouco expressiva. “Muitos candidatos ainda não se assumem. Em cidades do interior, por exemplo, existem pessoas que não se apresentam abertamente, não só pelo medo de perder votos, mas de sofrer algum tipo de violência”, afirmou a vice-presidente da ABGLT, Guilhermina Cunha Ayres, para o jornal Nexo.
O PSOL é o partido com maior representatividade gay, com um total de 70 políticos declarados ou apoiadores da causa. Em segundo fica o PCdoB, com 54, e o PT, com 53.
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Ainda segundo Ayres, “Ter mais candidatos LGBT é importante, mas ter candidaturas aliadas, dependendo do partido e da cidade, é tão importante quanto. Porque se aqueles candidatos forem filiados a partidos que não incluem o debate dos direitos humanos em suas diretrizes, dificilmente eles terão espaço dentro da legenda e em um eventual governo”.