Feira livre e colaborativa

Quem produz suas próprias peças, seja roupas, chaveirinho ou até mesmo quadros, sabe da dificuldade que é fazer essa produção circular. Para vender, é preciso ser visto. Para ser visto, é preciso arrumar um bom ponto. Para arrumar um bom ponto, a pessoa humana leiga e sem dinheiro costuma jogar as mãos para o céu e se render à burocracia, papeladas e à sorte.

A Endossa é uma loja colaborativa que tenta contornar essas dificuldades para mini-micro-nano-empreendedores. Quem expõe na Endossa aluga pequenos espacinhos que eles chamam de células. O aluguel varia entre R$ 85 e R$ 630.

A matriz da Endossa fica na Rua Augusta, 1360, em São Paulo, mas o trio de idealizadores Gustavo Ferriolli, Rafael Pato e Carlos Margarido pretendem abrir franquias ainda este ano: uma no Centro Cultural São Paulo e outra em Curitiba. A loja da Augusta funciona de terça a quinta das 12:00 as 20:00, sexta e sábado das 12:00 as 22:00 e domingo das 16:00 as 22:00.

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Células da Endossa

Uma lojinha de estudantes para estudantes
O Box1234 é uma das mini-lojinhas dentro da Endossa. Mantida por estudantes, feita por estudantes e, em grande parte, consumida por estudantes, o Box vende projetos elaborados dentro da faculdade, produções diárias, estudos e experimentações de jovens artistas.

O projeto é mantido pela estudantes de Artes Visuais da Belas Artes Marcia Beatriz Silveira, de 27 anos; pelo professor de artes e estudante de Artes Visuais da Belas Artes Pedro Easterlic, 22 anos, e por Cesar Tavares, empresário e também estudante da Belas Artes, de 31 anos.

No começo, há quatro meses, eles alugaram uma pequena célula e começaram a vender peças pequenas, no máximo em tamanho A3. Recentemente, há um mês, se mudaram para um box maior e passaram a vender quadros, esculturas e desenhos de todos os tamanhos.

O espaço do Box1234 é feito de amigos para amigos. Não há critério de seleção ou curadoria, se é amigo do trio que mantêm o box e quer vender trabalhos lá, está convidado. A peça fica na loja por um tempo estipulado. Caso não seja vendida, volta para o artista, que pode substituir por outra peça. “Assim, transferimos a curadoria para o público que, se gosta, compra a obra. Garantimos também rotatividade em nosso pequeno espaço”, dizem eles.

Nenhum dos três estudantes do Box 1234 tem trabalho em galerias de arte. Para eles, o Box representa uma esperança de um dia poderem viver do que produzem artisticamente. “O fato é que o espaço na Endossa é um laboratório muito grande e está sendo muito bom pra gente. Só temos a agradecer a equipe de lá”, conclui o trio.

Serviço:
Rua Augusta, 1360 – Centro – São Paulo
(11) 3854-9233