Festival de filmes franceses no MuBE
Desde março, cinéfilos, estudantes e produtores de cinema têm um novo espaço de cinema em São Paulo. O Museu Brasileiro da Escultura inaugurou, no dia 17, o espaço MuBE de Cinema, o Cine Clube MuBE – Aliança Francesa. O primeiro filme exibido foi “A cidade Louvre”, de Nicolas Philibert.
O Festival apresenta, num primeiro momento, uma mostra de 12 filmes documentários franceses (ver grade abaixo), de renomados diretores como: Nicolas Philibert, Alain Resnais, Levy Kuentz entre outros. Este evento é fruto de uma parceria do MuBE, Aliança Francesa de São Paulo, Cinefrance e Cinemateca da Embaixada da França e tem como objetivo divulgar produções francesas de alta qualidade e antecipar as comemorações do Ano da França no Brasil.
“Neste ano em que a França estará em destaque no Brasil, o grande diferencial do MuBE é apresentar o universo das artes plásticas dentro do cinema francês, algo inédito para o público paulistano. Teremos a oportunidade de exibir grandes filmes abrindo um novo espaço para o público no MuBE”, explica a diretora cultural da Aliança Francesa, em São Paulo, Ligia Ferreira.
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Programação Abril: Cine Clube MuBE – Aliança Francesa
Sábados, às 20 horas, com entrada Catraca Livre.
“Ciclo Alain Resnais”
11 de abril
Hiroshima meu Amor
Hiroshima mon amour (França/Japão, 1959).
De Alain Resnais. Com Eddie Constantine. Cores. Duração 90’.
Participando de um filme sobre a paz, em Hiroshima, nos anos 50, atriz francesa passa a noite com um arquiteto japonês. Tudo isso, traz lembranças de sua juventude, na cidae de Nevers, durante a Segunda Guerra Mundial. Período, no qual foi perseguida, quando se apaixonou por um soldado alemão.
História de difícil compreensão, criada para um público específico. Baseada nas crônicas de Marguerite Duras, que também escreveu o roteiro e os diálogos. A fotografia em tons de cinza de Sacha Vierny, e a música romântica de Giovanni Fusco e George Delerue, realçam o realismo póético das belas imagens deste filme de Resnais. Foi um dos filmes que mais influenciaram os jovens intelectuais, engajados politicamente, nos anos 60. Belíssimo filme anti-guerra. Obra-prima inquestionável…
18 de abril
O ano passado em Marienbad
L’année dernière à Marienbad (França, 1961).
De Alain Resnais. Com Delphine Seyrig. PB. Duração 93’. Classificação etária Livre.
Num imenso e luxuoso palácio barroco, transformado em hotel (e em labirinto espaço-temporal), entre corredores, salões decorados e estátuas, um estranho tenta convencer uma mulher casada a fugir consigo. Ele diz conhecê-la. Diz que foram amantes. Entretanto, parece difícil fazê-la lembrar de que tiveram um caso (ou que não tiveram) no ano passado, em Marienbad – ou seria Frederiksbad?
25 de abril
Muriel
Muriel or le Temps D’un Retour (França, 1963).
De Alain Resnais. Com Delphine Seyrig. Drama em PB. Duração 115’.
Terceiro longa-metragem de Alain Resnais, que sucedeu os famosos Hiroshima Meu Amor e O Ano Passado em Marienbad, Muriel tem sabor de descoberta para o público brasileiro. Afinal, até hoje o filme se encontraca inédito, sem nunca ter sido exibido nos cinemas, nas TVs ou lançado no mercado do vídeo.
Contando novamente com a colaboração do escritor Jean Cayrol, que escreveu o texto de Noite e Neblina, Resnais faz um novo mergulho pelos meandros da memória, pondo lado a lado passado e presente, realidade e imaginação, para contar a história de um grupo de pessoas na cidade de Boulogne, no início da década de 1960.
O enredo centra-se nos personagens de uma viúva (a cult Delphine Seyrig, que ganhou a Taça Volpi de melhor atriz em Veneza, em 1963) e seu jovem enteado (Jean-Baptiste Thiérrée), amobos às voltas com difíceis lembranças que lhes pertubam o passado.
Um antigo amor da juventude (Jean-Pierre Kérien) volta à vida da mulher e espanta o tédio de sua existência. Já o rapaz é assombrado por memórias de uma atrocidade que testemunhou durante a guerra da Argélia, quando uma jovem chamada Muriel foi torturada até a morte. Finalmente, Muriel é lançado no Brasil numa edição restaurada e remasterizada.