Festival de quadrinhos exclui mulheres de prêmio e autores se retiram da lista
Milo Manara, Daniel Clowes, Chris Ware e mais sete autores removeram seus nomes da lista para protestar contra a ausência de mulheres
A ausência de qualquer mulher na lista inicial dos 30 nomeados para o “Grande Prêmio” de 2016 do Festival de Angoulême, maior concurso de quadrinhos da França, causou polêmica e motivou a saída de 10 dos 30 homens indicados. Após artistas se unirem ao boicote do grupo BD Égalité, que promove a igualdade nas HQs, a direção do evento voltou atrás e anunciou que vai rever a lista e acrescentar autoras.
De acordo com a organização, a lista divulgada nesta terça-feira, dia 5, será estendida e os indicados inicialmente não serão removidos da seleção. Em resposta às reclamações, o produtor executivo do festival, Franck Bondoux, justificou afirmando que “infelizmente, existem poucas mulheres na história dos quadrinhos. Essa é a realidade. Se você for ao Louvre, também encontrará poucas artistas”.
Bondoux ainda afirmou que “o festival ama mulheres, mas não pode reescrever a história”. Na manhã desta quarta-feira, dia 6, Milo Manara, Daniel Clowes, Chris Ware e mais sete autores removeram seus nomes da lista para protestar contra o ocorrido.
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O desenhista italiano Manara escreveu seu protesto no Facebook: “Dada a importância que as mulheres tiveram na minha vida artística (e na minha própria vida), e o fato de que eu sempre tentei ser respeitoso em relação ao papel delas como assunto e não objeto em meus trabalhos, quero remover meu nome da lista”.
Por meio de sua editora, a Fantagraphics, Clowes comentou: “Apoio o boicote e estou tirando meu nome de qualquer consideração do que agora é uma ‘honra’ sem sentido. Que desastre vergonhoso”.