‘Ficou calado e se mostrando conformado’, disse delegada sobre médico
A delega ainda confirmou que o estupro teria acontecido depois do nascimento do bebê, já que o acompanhante da gestante estava na sala de parto
A delegada Bárbara Lomba Bueno, responsável pela prisão em flagrante do anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, disse que o suspeito se manteve em silêncio e se mostrou “conformado” depois da prisão. Giovanni foi detido no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João do Meriti, no Rio de Janeiro, após ser flagrado em um vídeo abusando sexualmente de uma grávida que estava sedada durante uma cesárea.
“Ele ficou em silêncio. Perguntou o que estava acontecendo e quando dissemos do vídeo ele silenciou e assim se manteve, inclusive na delegacia. Não demonstrou nenhuma indignação ou intenção de explicar nada, porque realmente em relação aquela ação não havia explicação. Simplesmente ficou calado e até se mostrando conformado, na verdade, quando soube que havia o vídeo a casa caiu”, falou Bárbara, em entrevista ao UOL News.
Ela também disse que recebeu relatos de outras mulheres que foram sedadas sem necessidade, ou então receberam uma dose muito alta de anestésicos. “Vamos verificar se é possível uma prova pericial que correlacione a presença de uma substância durante muito tempo no organismo e se isso realmente indica uma dosagem excessiva. Revisitamos os prontuários das possíveis vítimas identificadas e vamos ver o que foi colocado no prontuário das pacientes daquele dia”.
- América Central: 5 países para incluir na sua próxima viagem
- Férias com crianças a 40 minutos de São Paulo
- Já ouviu falar de transplante de sobrancelha? Veja curiosidades sobre o procedimento
- Como reconhecer a deficiência de vitamina K e seus efeitos no corpo?
Bárbara ressaltou que caso não exista uma documentação no prontuário das pacientes, vai poder ser considerado um indício de ocultação de informações. “Tudo vai ser considerado, mas precisa ser feito com cautela. Vamos ouvir outras possíveis vítimas e houve duas outras pessoas que nos procuraram e foram atendidas em outras datas e também foram sedadas. As informações precisam ser cruzadas para ver se existe a possibilidade de exame pericial”.
A delegada falou ainda que foi solicitado ao hospital uma relação de todas as pacientes que foram atendidas por Bezerra em cirurgias e também vão ser levantados dados de pacientes atendidas fora do Hospital da Mulher Heloneida Studart. Apesar de não saber precisar o número de vítimas do anestesista, Bárbara disse que existem outras mulheres que foram abusadas.
“Eu não tenho ideia de quantas, mas posso me arriscar a dizer que ele praticou outros fatos. Se nós vamos conseguir provar de forma consistente eu não sei, mas vamos levantar quem foi atendido e quais foram os procedimentos adotados. (…) desde que ele atua como anestesista é possível que haja outras vítimas”.
Outros médicos também já foram ouvidos pela polícia segundo a delegada e afirmaram que a sedação não costuma ser utilizada nesses casos, apenas se a gestante estiver muito agitada, apesar de normalmente não ser realizada na cesariana.
“Saber se houve a sedação e em que nível aconteceu com outras pacientes poderá ser um indicativo de que ele realmente cometeu outros crimes. Os relatos que temos colhido apontam para que a sedação nesse nível que era feita não era necessária”.
A delegada confirmou que o acompanhante da vítima acompanhou o parto e o estupro teria ocorrido em outro momento.
“O bebê já havia nascido e por isso o acompanhante não estava na sala. Os últimos relatos nos dizem que a execução do crime se iniciou depois de a criança ter nascido, quando obstetras e cirurgiões estavam fazendo a sutura e finalização do procedimento cirúrgico”.